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Fotógrafo britânico e jornalista francesa estão a salvo no Líbano

12:01 | 28/02/2012

LONDRES, 28 Fev 2012 (AFP) - O fotógrafo independente britânico Paul Conroy e a jornalista francesa Edith Bouvier, feridos na Síria, encontram-se "a salvo" no Líbano, depois de conseguirem sair da cidade atacada de Homs, confirmaram nesta terça-feira, 28, diversas fontes.

"A informação que temos é que os dois (Conroy e Bouvier) chegaram durante a noite ao Líbano. Paul Conroy está na embaixada britânica e em boas condições. Edith Bouvier também está aqui no Líbano, mas não temos informações sobre onde ela está exatamente", informou um funcionário libanês que não quis se identificar.

Já o Sunday Times, semanário para o qual Conroy trabalhou, confirmou mais cedo a chegada do fotógrafo ao Líbano.

"O Sunday Times pode confirmar que o fotógrafo Paul Conroy está a salvo e no Líbano. Está em boa forma e animado", afirmou um porta-voz do dominical britânico em um comunicado.

Pouco depois, o Foreign Office (ministério das Relações Exteriores britânico) afirmou em outro comunicado que Conroy estava recebendo "assistência consular" na embaixada do Reino Unido no Líbano.

A retirada de Paul Conroy, de 47 anos, também foi anunciada horas antes por seu pai, Les, à imprensa britânica. Pouco depois, informou que sua esposa falou com o filho e que achou que estava "muito animado".

O governo britânico não confirmou em um primeiro momento esta informação.

Paul Conroy foi ferido na quarta-feira da semana passada junto a Edith Bouvier em um bombardeio que custou a vida da repórter americana do mesmo dominical Marie Colvin, de 56 anos, e do fotógrafo francês Rémi Ochlik, de 28 anos.

A saída dos dois jornalistas ocorreu um dia após uma fonte diplomática em Damasco ter informado sobre o fracasso de uma nova tentativa de retirar os jornalistas presos em Homs e os corpos dos dois falecidos.

A esposa do fotógrafo, Kate, declarou-se "encantada e transbordando de alegria", embora tenha afirmado que ainda não havia falado com o marido.

Paul Conroy, pai de três filhos, pediu ajuda após o bombardeio em um vídeo colocado no YouTube.

Na gravação, na qual aparecia deitado em um sofá e coberto com uma manta, dizia que tinha "três grandes ferimentos" em uma perna e lesões no estômago provocadas por estilhaços, mas tranquilizava seus familiares e amigos dizendo que estava bem.

A equipe do Crescente Vermelho Árabe Sírio (CRAS), que negociava com as autoridades e os rebeldes, se retirou nesta terça-feira de Homs (centro) por falta de um acordo sobre a evacuação dos jornalistas ocidentais presos no bairro de Baba Amr, bombardeado pelo exército sírio, indicou seu presidente.

"Nossa equipe regressou a Damasco às 12H30 GMT (9H30 de Brasília) depois de ter negociado ontem e hoje com um xeque (autoridade religiosa) que atuava como intermediário", indicou Abdel Rahman Atar, presidente do CRAS.

A equipe abandonou a cidade de Homs nesta terça-feira diante da falta de um acordo sobre a retirada dos jornalistas ocidentais presos em Baba Amr, bombardeado há 25 dias.

O xeque "pediu alimentos e medicamentos para os habitantes de Baba Amr e nossa equipe aceitou. Em troca, pedimos para ver os prisioneiros, mas ele rejeitou", acrescentou Atar.

"É uma pena, mas tenho a impressão de que em Baba Amr não são claros conosco", disse Atar.

Já o porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Saleh Debakeh, anunciou que seus representantes também retornaram de Homs.

"As negociações foram interrompidas e a situação é muito tensa na região de Baba Amr", acrescentou Dabakeh.

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