Avaliação de premiê português piora com a crise
Ainda de acordo com o levantamento, 43% dos entrevistados acreditam que as recentes medidas de austeridade tomadas pelo governo não vão melhorar o país. Os que acham que os cortes trarão benefícios somam 37%.
A popularidade do premiê começou a se deteriorar no fim do ano passado. Um dos setores do serviço público mais descontente com Passos Coelho é o dos professores. Em dezembro, o premiê sugeriu que os desempregados da categoria emigrassem para países lusófonos, como Angola e o Brasil, o que provocou protestos. Na semana passada, professores passaram a noite sem dormir em frente ao Ministério da Educação, em protesto contra as demissões e cortes salariais.
O setor público tem sofrido pesados cortes em seu orçamento. Pensões e salários foram diminuídos e as perspectivas para a economia do país para 2012 não são das melhores. Segundo projeção da Comissão Europeia o desemprego deve subir para 13,8%, a renda média do trabalhador cairá cerca de 6% e a economia terá uma contração de 3% a 4%.
Para o professor de ciência política António Costa Pinto, da Universidade de Lisboa, a questão política do momento é saber quem canalizará a insatisfação popular com as reformas.
"Essa desconfiança não se traduziu ainda em partidos antissistema, de extrema-direita ou de extrema-esquerda, como é o caso da Grécia, por exemplo", diz. "Resta saber se com o agravamento da situação financeira, setores de elite do funcionalismo, como os dos professores, vão se juntar ao sindicalismo tradicional." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.