Missa homenageia 160 anos do Seminário da Prainha

Atual sede da Faculdade Católica de Fortaleza, o espaço recebeu mais de 300 fieis em missa de celebração

Fundado em 1864, o antigo Seminário da Prainha completou, nesta sexta-feira, 18, 160 anos. A data foi celebrada com uma missa, presidida pelo arcebispo de Fortaleza, dom Gregório Paixão. Durante o dia, os fieis se reuniram na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, na av. Monsenhor Tabosa, para acompanhar as homenagens.

Ao longo da história, o local acolheu e ajudou a formar grandes personalidades da cultura cearense. Nomes ilustres como Padre Cícero, dom Hélder Câmara, Capistrano e Casimiro de Abreu e Domingos Olímpio estão entre os personagens que passaram pelo Seminário.

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Admirador da herança material e imaterial para o patrimônio histórico da Cidade, dom Gregório Paixão enfatizou a importância de memorar o conhecimento produzido por todos os que passaram por lá. “A gente não pode esquecer que a cultura religiosa e a igreja foram fundamentais na gene do povo cearense, do povo brasileiro de um modo geral. Então, faz parte das raízes. A igreja precisa ser ouvida porque ela traz essa história de mais de 500 anos e, ao mesmo tempo, nós não queremos outra coisa senão influenciar para o bem, para a misericórdia”, explica.

Tombado como patrimônio de interesse histórico e artístico pelo Estado do Ceará em outubro de 2008, o conjunto arquitetônico sedia, desde 2009, a Faculdade Católica de Fortaleza (FCF). O diretor geral da instituição, padre Francisco Antônio Francileudo, agradece e celebra a memória daqueles que contribuíram para o legado do Seminário durante os 160 anos.

O sacerdote afirma que as pessoas participaram não somente da edificação do prédio, mas ajudaram a construir a história, a educação, a cultura, no âmbito religioso e espiritual, e a formação humana da cidade.

“A igreja oferece uma contribuição para a sociedade como um todo. Daqui, nós temos grandes juristas que aqui estudaram, nós temos grandes professores. Este é o propósito desta casa: levar, por meio da educação embasada em valores cristãos, valores democráticos e valores humanos, a educação para todos os âmbitos, para todas as classes sociais e para todas as categorias”, afirma.

Aproveitando a celebração do dia para fortalecer a fé, a aluna de Teologia da FCF, Ana Benedito, 70, agradece maravilhada pela ajuda dos colegas do curso ao decorrer dos seus estudos. “Dou bom dia aos amigos e peço muito ajuda a eles, que já conhecem e já estudam aqui há mais dias. Perturbo um pouquinho os professores quando tenho dificuldade”, confessa entre risos.

Apesar dos desafios, ela garante que a rotina é repleta de alegrias. “Eu estou tão feliz, tão feliz. E eu quero passar essa felicidade para quem não está aqui, para quem não veio e quiser participar. Venham, é muito importante”, convida empolgada.

Membro da Instituição Religiosa Nova Jerusalém, o irmão Cleilton Alves da Silva, 34, conta que a celebração dos 160 anos do Seminário é uma oportunidade da igreja se reconectar. “Hoje, estarmos aqui como igreja, juntamente com o nosso pastor, dom Gregório; com o clero e com todas as congregações religiosas aqui no Seminário da Prainha é justamente lembrar quem nós somos, celebrar nossa história e colocar, diante de Deus, a nossa vida”, exalta.

Ecologia Integral é tema da Campanha da Fraternidade 2025

“Afinal de contas, o início da Sagrada Escritura começa com a criação, a preservação, o amor que Deus nos deu pela natureza. Como é que nós podemos destruir essa bela obra de Deus?”. O questionamento do arcebispo de Fortaleza, dom Gregório Paixão, reflete sobre o olhar da igreja católica em relação às problemáticas ambientais que assolam o mundo.

Em 2025, o tema escolhido pelos representantes do Conselho Episcopal Pastoral (Consep) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para a Campanha da Fraternidade (CF) - Fraternidade e Ecologia Integral - chama a atenção dos fieis e da sociedade para a importância da ecologia frente à reconexão do povo com a natureza.

Com o lema “Deus viu que tudo era muito bom”, esta é a oitava vez que a temática ambiental centraliza o debate da campanha. O objetivo geral é “promover, em espírito quaresmal e em tempos de urgente crise socioambiental, um processo de conversão integral, ouvindo o grito dos pobres e da Terra”.

Gabriel César, 22, seminarista da arquidiocese de Fortaleza e estudante do segundo ano de Filosofia, reconhece a responsabilidade da igreja na promoção de discussões relevantes para o bem estar da humanidade. “A igreja atua na defesa da integralidade da dignidade da pessoa humana. Ou seja, a igreja tem a responsabilidade não apenas de uma mera mobilização, mas de uma conscientização”, explica.

O arcebispo de Fortaleza afirma que “destruí-la [a natureza] é destruir a nós mesmos”. Ele reconhece que a influência da igreja deve ser usada para transformar a realidade através do amor, da misericórdia e da bondade. “É muito interessante que, na década de 70, já houve uma campanha da fraternidade sobre a preservação da natureza. Se nós tivéssemos ouvido esse clamor lá atrás, se toda a sociedade tivesse se envolvido, nós não estaríamos passando a catástrofe, no que nós estamos passando hoje”.

O religioso Cleilton Alves da Silva também avalia a importância da igreja pautar temas como esse. “Como o Papa Francisco diz: ‘A casa é como um mundo, que precisa urgentemente de cuidados, de um zelo’. Não basta só palavras, nós necessitamos usar a teoria que nós aprendemos aqui, como cristãos, e praticar”, defende.

 

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