Homem leva filha adolescente para praticar sequestro relâmpago contra motorista de aplicativo

O pai, que usava tornozeleira eletrônica, foi preso. As adolescentes foram apreendidas

22:51 | Abr. 25, 2024

Fachada da sede do Núcleo de Atendimento Integrado da Criança e do Adolescente, onde fica a DCA (foto: Reprodução/Google Maps)

Um homem de 32 anos, levou a própria filha de 16 anos e uma amiga da garota, de 15 anos, para praticar um sequestro relâmpago contra um motorista de aplicativo, em Fortaleza. A informação é de uma fonte do judiciário. O caso foi registrado às 1h20min da madrugada da quarta-feira, 24, no bairro Parque Dois Irmãos, onde todos foram detidos.

O POVO apurou que o pai fazia uso de tornozeleira eletrônica e possuía antecedentes criminais por tentativa de homicídio, lesão corporal no contexto de violência doméstica, furto e porte ilegal de arma de fogo. Ele passou mais de quatro anos preso.

De acordo com os autos, os três embarcaram no veículo no bairro Maraponga e renderam o motorista, que permaneceu dirigindo sob a mira de uma arma de fogo. Durante o percurso, a vítima foi obrigada a parar o carro três vezes em diferentes locais. Em um deles o grupo comprou drogas e utilizou o cartão de crédito do motorista. O trio ainda exigia R$ 2 mil.

A fonte ouvida pelo O POVO relata que a medida de levar as adolescentes teria sido para não levantar suspeitas em relação ao motorista, que aceitou a corrida e iniciou o percurso sem imaginar que seria vítima do sequestro relâmpago (extorsão mediante restrição de liberdade). 

Transeuntes perceberam a vítima com a arma apontada para a cabeça e acionaram a Polícia. O homem foi preso em flagrante e encaminhado a uma unidade prisional e as duas garotas apreendidas. Ambas tiveram a internação provisória, que dura 45 dias, decretada pela Justiça.

Nos depoimentos, as meninas relataram que o homem de 32 anos oferecia cocaína e bebida alcoólica frequentemente para as duas. A filha morava com o pai, e a amiga de 15 anos de idade passou a morar com os dois.

A amiga era criada por uma avó, que foi presa. A colega e o pai haviam oferecido moradia e a partir disso os três passaram a morar juntos. Conforme a fonte, o contexto do caso mostra a situação de vulnerabilidade dos adolescentes que chegam todos os dias para as audiências de apresentação. 

O POVO solicitou detalhes do caso a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) e aguarda retorno.