Ministério da Justiça disponibiliza vagas em cinco presídios federais para transferência de presos do Ceará

Já nesta semana, o Governo do Ceará transferiu 257 detentos de unidades prisionais em Pacatuba, Quixadá e Aquiraz

15:07 | Set. 25, 2019

Ataques realizados nos últimos dias no Ceará (foto: Mauri Melo)

O governador Camilo Santana (PT) já têm à disposição vagas nos cinco presídios federais do País para enviar internos do sistema prisional do Ceará. A informação é do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), órgão vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), que diz ainda aguardar apenas a relação dos presos e a autorização do juiz de origem para receber os detentos. O Governo Federal, no entanto, não informa quantas vagas foram disponibilizadas. A Secretaria da Administração Penitenciária do Ceará (SAP-CE) também não confirma se fará uso delas. "Por motivos estratégicos (isso não será divulgado)", justifica a pasta.

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Já nesta semana, o Governo do Ceará transferiu 257 detentos de unidades prisionais em Pacatuba, Quixadá e Aquiraz. O destino deles permanece sob sigilo. A medida visa desarticular eventuais influencias dos internos nos ataques que ocorrem no Estado desde a última sexta-feira, 20. Segundo a SAP-CE, a movimentação também foi justificada como "forma preventiva e tática para manutenção do funcionamento do sistema prisional". Na segunda-feira, 23, o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) recomendou que pessoas apontadas como chefes de organizações criminosas sejam transferidas para presídios de segurança máxima

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Em entrevista na última terça-feira, 24, o secretário Mauro Albuquerque disse que as transferências já realizadas garantem um controle total sobre a organização e os presos que fazem parte dela. “Isolamos os internos pertencentes a esse grupo. Com esse controle, nós criamos o ambiente seguro e impossibilitamos qualquer comunicação com o mundo externo”, aponta.

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Conforme O POVO Online apurou, a organização criminosa Guardiões do Estado (GDE) está à frente dos atentados no Ceará. Nas unidades prisionais do Estado, incluindo aquelas com membro da facção, não há relato de anormalidades no funcionamento. "As salas de aula, os cursos de qualificação e a escala de presos classificados para o trabalho não sofreram nenhuma alteração", diz nota da SAP-CE. 

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Sergio Moro

Ainda na tarde de terça-feira, 24, Camilo Santana e o ministro Sergio Moro, do MJSG, discutiram a situação da segurança pública no Ceará e a necessidade de envio de tropas de tropas federais para o Estado. De acordo com o comandante da Força Nacional, o coronel cearense Aginaldo Oliveira, a tropa não recebeu pedidos oficiais para vir ao Ceará

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Na onda de ataques registrada em janeiro e fevereiro deste ano, a corporação enviou 406 homens para reforçar a segurança no Estado. À época, o Governo Federal também forneceu vagas em presídios federais. Foram cerca de 20 detentos deslocados para fora do Ceará. Internamente, o Estado também desativou cadeias públicas públicas do Interior e trouxe os internos que lá estavam para cumprir pena em unidades prisionais da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). 

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Com informações do repórter Carlos Holanda