Queimadas na África alteram visibilidade do céu em Fortaleza, indica Funceme

Queimadas têm sido uma constante entre o centro e o sul da África, na altura da República Democrática do Congo, Zâmbia e países vizinhos, abrangendo uma extensa área desta região africana

12:13 | Ago. 29, 2019

À esquerda, vista do céu dias antes do pico de queimadas na África. À direita, foto registrada no dia 20 de agosto (foto: Divulgação/ Funceme)

Fotografias registradas na última semana mostram o céu de Fortaleza menos límpido e com visibilidade reduzida. De acordo com o meteorologista da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) Raul Fritz, parte da fumaça proveniente de queimadas na África está conseguindo cruzar o oceano Atlântico e chegar ao litoral cearense, incluindo a Capital.

Queimadas têm sido uma constante entre o centro e o sul da África, na altura da República Democrática do Congo, Zâmbia e países vizinhos, abrangendo uma extensa área desta região africana.

Fritz salienta ainda que, no norte da região Nordeste, os poluentes chegam em menor concentração pela longa distância percorrida, porém em forma suficiente para produzir alterações na visibilidade e cor do céu, notadamente próximo ao pôr-do-sol. 

“No monitoramento do movimento do monóxido de carbono (CO) liberado pelas queimadas na atmosfera, feito pela Nasa, é possível observar esse gás chegando no norte do Nordeste vindo da África. Também se vê, na figura, o gás liberado pelas queimadas na Amazônia", explica.

Diferente do que se observa em relação ao continente africano, as partículas geradas pelas queimadas na Amazônia não chegam ao Ceará devido à circulação dos ventos. “Ela teria que ser contrária a que se apresenta atualmente. Já da África, a gente vê o movimento deles se dá em nossa direção, ou seja, com propagação de leste para oeste”, finaliza o meteorologista da Fundação.

Queimadas no Estado

Apesar de apresentar casos menores em relação aos estado da região Norte do Brasil, o Ceará já registrou, este ano, 337 focos de queimadas este ano. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os picos no estado acontecem outubro e dezembro, quando as médias são maiores que mil. Em 2018, foram detectados 3034 focos no Ceará.

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Independência, Jaguaretama, Salitre, Milhã, Quixelô, Potengi, Morada Nova e Tauá são os municípios que têm mais de 40% do território em área de risco de queimadas.