Oito são impronunciados e mais dois vão a júri popular por chacina em centro socioeducativo

O crime aconteceu no dia 13 de novembro de 2017. Cerca de 20 homens fortemente armados invadiram o local, raptaram quatro internos e depois os mataram.

21:03 | Ago. 01, 2019

O ASSASSINATO DE quatro adolescentes sob custódia do Estado ocorreu em novembro de 2017 (foto: Júlio Caesar)

Dois dos acusados de participação na chacina que ocorreu dentro do Centro de Semiliberdade Mártir Francisca, no bairro Sapiranga, vão a juri popular e oito foram impronunciados. A decisão foi tomada nessa quarta-feira, 31. O crime aconteceu no dia 13 de novembro de 2017. Cerca de 20 homens fortemente armados invadiram o local, raptaram quatro internos e depois os mataram.

Vão a júri popular Tiago Aguiar de Sousa e Rafael Rocha de Sousa. Já os que tiveram os processos arquivados foram Antônio Walisson Felipe dos Santos, Assis Nunes da Silva, Francisco Éderson Sampaio Uchoa, Paulo Henrique Monteiro de Lima, Edgar Abreu Braga, Edinardo de Abreu Braga, Elenilson Germano Bevilaqua e Israel da Silva Andrade. Conforme a decisão, a impronúncia não significa absolvição. Retomadas as investigações pela autoridade policial, caso encontradas indícios consistentes que coloquem os réus em situação de serem considerados autores, eles pode ser pronunciados no prazo máximo prescricional.

Tiago e Rafael seguem acusados de homicídio, organização criminosa, homicídio qualificado e promoção, constituição, financiamento ou integração de organização criminosa. De acordo com a denúncia do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), um grupo de homens que portava armas de fogo e facão invadiu o centro socioeducativo pulando o muro, com a ajuda de uma escada. Conforme os autos, um deles estaria utilizando um colete balístico e parte do grupo usava máscara, balaclava ou cobria o rosto com blusas.

Os criminosos renderam socioeducadores e os adolescentes. Eles questionavam a que facções criminosas os socioeducandos integravam. De acordo com a denúncia, os réus pertenciam à Família do Norte (FDN) e Comando Vermelho (CV) e tinham intuito de executar possíveis integrantes das facções Guardiões do Estado (GDE) e do Primeiro Comando da Capital (PCC). O mandante da chacina seria o Wallyson Bocão.