Moradora de casa vizinha a desabamento afirma que procurou Defesa Civil quatro vezes

Impossibilitada de voltar ao local, a mulher pede indenização. Ela e as filhas foram abrigadas por vizinhos. "Não tenho onde morar", diz

10:57 | Jun. 14, 2019

Imóvel que desabou na madrugada estava interditado há três meses(foto: Marcela Tosi/Especial para O POVO)>

Duas residências vizinhas ao imóvel que desabou no Pirambu na madrugada desta sexta-feira, 14, tiveram que ser interditadas. O buraco que abriu no asfalto engoliu a casa localizada na esquina das ruas Santa Inês e Álvaro de Alencar. Com o chão apresentando instabilidades, as famílias precisaram sair do entorno.

Deolina Maria Gadelha, dona de uma das residências afetadas, diz que não tem pra onde ir. Ela afirma que procurou a Defesa Civil do Município quatro vezes durante os últimos meses para denunciar problemas na rua. Segundo a secretária da Infraestrutura de Fortaleza, Manuela Nogueira, que esteve no local, problemas nas tubulações de água da via podem ser a causa do desabamento.

“Chamei (a Defesa Civil) umas quatro vezes. Eles vêm, batem foto e não fazem nada. Se eu tivesse condições eu não estava me humilhando para ninguém! Vou sair pra onde? Não tenho onde morar”, reclamou Deolina ao O POVO Online. Ela está abrigada por vizinhos. A moradora explicou que o órgão já sabia da situação das casas do local.

De acordo com a Defesa Civil, o imóvel que desabou estava interditado há três meses. No momento que o chão cedeu, não havia ninguém dentro da casa. No entanto, Deolina e as filhas ainda estavam na residência ao lado.

Na procura por ajuda do Município, Deolina relatou que foi “jogada de um lado para o outro” pelos órgãos. “Um diz que [o responsável] é a Cagece, outro diz que é a Prefeitura”. Agora, impossibilitada de voltar para casa, a mulher pede uma indenização. Os pertences da família ainda estão dentro do imóvel. “Eu não vou voltar, não. Não vou matar as minhas filhas. Se fosse lá na Aldeota, num instante eles iam tapar o buraco. Agora porque somos pobres não vêm. É um descaso muito grande”, lamentou.

Manuela Nogueira informou que o imóvel que desabou estava interditado por causa do risco. Cagece e Prefeitura já tinham realizado trabalhos nas redes de água e drenagem das casas vizinhas. Com a chuva dos últimos dias, a água tentou passar por galerias de drenagem obstruídas e rompeu o asfalto, segundo a titular da pasta. Uma equipe será mobilizada para fechar o buraco em até 30 dias.

Com informações de Marcela Tosi/Especial para O POVO