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Cinco meses após acidente, segurado diz não ter recebido o carro de volta; saiba como proceder nestes casos

Após o acidente, ocorrido no dia 30 de abril, o professor Diego Henrique afirma que vem acumulando gastos para se deslocar ao trabalho e que seguradora não apresenta uma data específica para a conclusão dos reparos

19:53 | 21/10/2015
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Após se envolver em um acidente, há cerca de seis meses, o professor universitário Diego Henrique ralata não ter recebido seu veículo de volta, em decorrência de problemas com a seguradora.

Ele, que já abriu reclamações no reclameaqui.com.br e no consumidor.gov.br, diz que a Bradesco Seguros, responsável por realizar os reparos, não apresenta uma data específica para a conclusão do serviço.

Além disso, o professor alega que a seguradora e as oficinas não entram em contato para informar sobre o andamento do conserto do carro, obrigando-o a efetuar diversas ligações para ter acesso a informações.

"Todas as opções de erro acontecem comigo. O pior é que nunca sabem qual é exatamente o problema. Mudam de problema, mudam de oficina. Agora disseram que consertaram o ABS [Sistema que controla freios], mas que falta uma peça", critica.
[SAIBAMAIS 4]
Após o acidente, ocorrido no dia 30 de abril, Diego vem acumulando gastos para se deslocar até o trabalho. "Tem saído muito oneroso. Trabalho em turnos diferentes e tenho que pegar táxi porque sempre vou com computador, muito material de aula, às vezes com muitas provas. Deixei de fazer um tratamento por conta do horário apertado e ainda perdi muitos compromissos de família porque elem moram em Maranguape e não tem táxi para lá", reclama.    

O segurado também afirma que chegou a perder a garantia do carro porque a seguradora, segundo o corretor, não teria apresentado a possibilidade de encaminhar o carro à assistência técnica autorizada. "Como o carro foi mexido em uma oficina não autorizada, eu perdi automaticamente a garantia", explica Diego.

De acordo com ele, após publicação de matéria no Blog do Eliomar, a seguradora ofereceu um carro reserva, até que o seu fique pronto, e se comprometeu a pagar o valor gasto com táxi, mediante o envio de recibos.

A Bradesco Auto/RE, em resposta oficial, afirmou que já "entrou em contato com o segurado Diego Henrique Oliveira de Paiva para esclarecer o assunto”.

Como proceder?

Casos em que o consumidor encontra problemas com prestadoras de serviço, inclusive seguradoras, não são raros e apresentam suas especificidades.

Em situações semelhantes à relatada pelo professor Diego Henrique, não há um tempo limite para a reparação total dos sinistros, conforme afirma o presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil - Secção Ceará (OAB/CE), Ednardo Rolim. "Não existe nenhum prazo que se fixe para o conserto e não existe uma penalidade específica para o atraso", explica.

No entanto, de acordo com ele, consumidores que se sintam lesados têm direito de cobrar indenização. "A partir do momento em que o consumidor observar abusividade na demora no conserto do carro, é possível fazer jus com indenização pelos dias que está sendo prejudicado. E qualquer tipo de prejuízo sofrido em decorrência direta da ausência do carro é possível cobrar da seguradora, em solidariedade com a própria oficina credenciada", esclarece.

Ele ainda ressalta que a possibilidade de aplicação de uma pena dependeria do tempo demandado para o serviço, bem como da proporção da avaria. "Seis meses parece ser um prazo demasiado. A partir do momento em que o segurado opta por utilizar a rede conveniada da segurada, da rede de oficinas, o serviço passa a ser de inteira responsabilidade da seguradora", reitera.

Quanto à falta de peças, apontada por Diego como uma das justificativas apresentadas pela seguradora e oficinas para o atraso, a culpa pode recair sobre a fabricante. "Se há falta de peças, pode colocar na 'linha de tiro' a fabricante porque ela é obrigada a ter a peça disponível para reposição, enquanto o veículo estiver sendo fabricado. No caso de veículo importado, até o importador pode responder", orienta.  
 
Em casos do tipo, o presidente da Comissão da OAB recomenda que o consumidor pode recorrer ao Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Decon); à Superintendência de Seguros Privados (Susep), que atua como entidade fiscalizadora de defesa ao consumidor; ou procurar a justiça.   

"Bradesco Cadê Meu Carro"

Após 160 dias sem ter o veículo de volta e sem obter respostas, o professor universitário resolveu, de forma bem-humorada, compartilhar o problema com seus amigos do Facebook e desenvolveu uma espécie de ação, intitulada 'Bradesco Cadê Meu Carro'.

A cada nova postagem, o consumidor cria memes e utiliza diferentes recursos como vídeos, playlists e paródias para ressaltar a falta de seu carro.

"Muita gente reclama quando divulgam muito um caso chato para quem não tem relação com o problema. Como vi que não funcionaria, procurei conquistar as pessoas e buscar uma repercussão do problema pelo humor", relembra.

As postagens renderam compartilhamentos e muitas pessoas, segundo o professor, gostaram tanto de ver o conteúdo diariamente nas suas redes sociais que até torcem para que o veículo não seja devolvido em breve pela seguradora.
 
"A campanha gerou até um paradoxo porque muitos querem que o carro nem fique pronto. Eles querem descobrir qual será a postagem do dia seguinte", comenta e sorri.

Confira algumas das postagens:

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Lígia Costa, especial para O POVO Online
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