[FOTO1] Foram oito meses em um dos 34 leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hospital Geral de Fortaleza (HGF). Desde a última quarta-feira, 9, Vitória, que nasceu um dia antes do Natal de 2014, está em casa. A garota nasceu, em um parto normal, pesando 668 gramas e com apenas seis meses de gestação. Duas cirurgias foram feitas e muitas infecções surgiram. Mas Vitória superou e hoje dorme tranquila na casa da mãe, no Eusébio.

Rubervânia de Sousa Campina, 37, sentiu, desde o início da gravidez, fortes dores que apontavam para um parto prematuro. "Às 12h35min do dia 23 de dezembro, ela nasceu e foi direto para a UTI. É uma coisa que choca, ver tanto aparelho ligado nela, mas ao mesmo tempo dá esperança", lembrou Rubervânia, que havia sofrido um aborto espontâneo um ano antes.

Para se restabelecer e ganhar peso, a internação foi necessária. Em maio, Vitória passou por uma cirurgia no intestino por causa de uma grave inflamação. Foi o momento mais complicado dos mais de 180 dias no hospital. "Foi de urgência, então tive muito medo", disse a mãe. Mesmo na UTI, Vitória não deixou de tomar o leite materno, reforçado por um sumplemento alimentar. "Ela tinha muitas infecções, então precisava tomar outro tipo de leite também", avaliou Rubervânia. 

Depois, a pequena passou por um procedimento minucioso para reparar um problema de catarata congênita. "Hoje (quinta-feira, 10) voltamos ao HGF para ver as medidas do óculos que ela vai precisar usar. Mas ela dormiu super bem nessa primeira noite, eu foi que passei o tempo todo acordada, vendo se ela estava respirando. Agora, quero que ela se recupere o mais rápido possível e que tenha bastante saúde. Quando ela nasceu, nem os médicos achavam que ia sobreviver, mas é preciso esperança, porque nada para Deus é difícil e ela está aqui contando história", afirmou Rubervânia.   

A Emergência Obstétrica do HGF atende, por mês, cerca de 1.200 futuras mães. A neonatologia presta assistência aos recém-nascidos diante de alguma adversidade, principalmente, os prematuros. O serviço é composto das unidades de UTI Neo de médio e alto riscos com 34 leitos, cuidados intermediários, Unidade de Mãe Canguru, alojamento conjunto e sala de parto.

O atendimento de pediatria dispõe de  ambulatórios de gastroenterologia, hepatologia (ambulatório de transplante renal), pneumologia, nefrologia, neurologia, endocrinologia, genética, reumatologia, pediatria geral e dermatologia. De acordo com o hospital, por mês, são realizadas em média 800 consultas no ambulatório de pediatria de alta complexidade. O HGF possui 36 leitos pediátricos e Banco de Leite Humano.  

A unidade desenvolve ainda o Projeto Nascer, que objetiva o acolhimento, aconselhamento, realização do teste rápido para HIV e manejo clínico de parturientes HIV positivo e crianças expostas, fornecendo AZT, inibidores de lactação e fórmula láctea para os filhos. 

 

 

Redação O POVO Online