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Casas no entorno da lagoa Parangaba são demolidas nesta manhã

Por volta das 12 horas, a operação cessou e os tratores e caminhões saíram do local sem finalizar a demolição das casas. Mães e crianças choravam, mas não houve confronto

11:47 | 31/07/2015
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Atualizada às 21h08min

Algumas casas em construção no entorno da Lagoa Parangaba, cruzamento das ruas Monsenhor Leopoldo com Joaquim Moreira, foram demolidas na manhã desta sexta-feira, 31, em Fortaleza. Não houve confronto, mas as famílias ainda chegaram a dar as mãos e fazer uma corrente, ajoelhadas, em frente à Guarda Municipal.

Os moradores afirmaram ao O POVO que não foram avisados sobre a retirada, tendo recebido apenas documento notificando que as casas estavam sendo construídas em Zona de Proteção Ambiental (ZPA).

De acordo com assessoria de imprensa da Fundação de Desenvolvimento Habitacional de Fortaleza (Habitafor), nenhuma equipe do órgão acompanhou a desocupação. Já a titular da Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente de Fortaleza (Seuma), Águeda Muniz, afirma que havia uma equipe no local.

Também de acordo com a secretária, as famílias já haviam sido autuadas. Águeda afirma que há três meses foi constituído um fórum. Moradores do bairro que realizavam denúncias sobre os problemas no entorno da lagoa, junto com agentes da Seuma, Regional IV e Defesa Civil, se reuniam na Igreja da Parangaba para discutir a situação do local, explica.

“Nós estamos agindo para defender o ambiente natural da lagoa e também a comunidade, que realizava muitas denúncias; tentando salvar a lagoa e dar qualidade de vida aos moradores”, ressalta Águeda.

A demolição foi iniciada por volta das 10h40min, em operação que contou com agentes da Regional IV.

Conforme informações da Seuma, dez casas foram demolidas: quatro que estavam totalmente construídas, três em construção, e três que estavam em fase de cavar alicerces e colocar os primeiros tijolos.

Apesar de estarem cientes de que a construção estava irregular, as famílias disseram que não sabiam o que fazer, por “não ter para onde ir”. Uma senhora chegou a passar mal e O POVO flagrou mães e crianças chorando.

Um dos moradores disse que no local estão vivendo cerca de 50 a 60 famílias, muitas tentaram retirar seus pertences antes de os tratores e caminhões avançarem.

Ainda conforme a secretária da Seuma, uma das fiscais que acompanhou a desocupação foi atingida com uma pedra na cabeça e precisou de atendimento médico, mas já está em casa e passa bem.

%2b Veja a galeria de fotos da desocupação

Por volta das 12 horas, a operação cessou e os tratores e caminhões saíram do local sem finalizar a demolição das casas. 

Ainda segundo a Seuma, as famílias foram encaminhadas para abrigos solidários e estão recebendo apoio, como doação de cestas básicas e cadastro para futuramente receberem habitações populares.

Redação O POVO Online (com
informações da repórter Germana Pinheiro)
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