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Professores de arquitetura lançam manifesto em defesa da Praça Portugal

De acordo com a publicação, uma intervenção "grande" e "dispendiosa", como a demolição da praça, é um dos tipos de modificações que "não devem ser objeto de decisões abruptas, ocasionais, imediatistas"

15:16 | 23/06/2015
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Professores dos cursos de Arquitetura e Urbanismo de diversas instituições de ensino de Fortaleza lançaram publicamente um manifesto em defesa da Praça Portugal, via blog, nesta terça-feira, 23. Até a publicação desta matéria, 50 professores haviam assinado o documento virtual.

De acordo com a publicação, uma intervenção "grande" e "dispendiosa", como a demolição da atual estrutura da praça para dar lugar a um cruzamento, é um dos tipos de modificações que "não devem ser objeto de decisões abruptas, ocasionais, imediatistas, que não se baseiam em aprofundados estudos sobre as questões envolvidas".

Ainda conforme consta no manifesto, para além do impacto das obras no trânsito, é necessário atentar para a conservação da memória urbana da Cidade, para o patrimônio cultural, o meio ambiente - com a retirada de árvores adultas -, assim como para as formas sustentáveis de transporte.

"A ameaça de substituição da esfera armilar, celebratória das navegações portuguesas, de posição privilegiada, por um semáforo empobrece a morfologia urbana sobremaneira, eliminando completamente tais possibilidades. A própria diferenciação morfológica da praça acabou por lhe consagrar como um marco urbano dentro do imaginário fortalezense", afirma a publicação.
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Os professores também citam a divisão da praça em quatro áreas de lazer como uma forma de "enfraquecimento" do local enquanto espaço público. "O fatiamento da praça em quatro menores mediadas por duas vias arteriais em [SAIBAMAIS 3]fluxo direto (Avenidas Desembargador Moreira e Dom Luís) apenas lhe retirará o caráter necessário de continuidade, enfraquecendo-a enquanto espaço público; o semáforo será o marco central celebratório, estranha e paradoxalmente ocupando o então inexistente miolo da praça circular", explica o manifesto.

O manifesto ainda classifica como preocupante a forma como as decisões sobre as questões urbanas são tomadas por parte do poder público, pois segundo os professores "simplesmente desconsideram o pleno envolvimento dos movimentos organizados da sociedade civil".

"Processo coletivo"

Segundo a professora Aline Barroso, envolvida desde o início na escrita do manifesto, esta ação nada mais é que o resultado de um "processo coletivo", de debates sobre intervenções na Praça e que também pretende ultrapassar o plano virtual.
 
"A gente ainda está se articulando, pois são pessoas de diferentes instituições. Inclusive, é importante falar que é um processo da classe dos professores de Arquitetura", ressalta a professora.

Ainda de acordo com Aline, o manifesto continua aberto para receber a assinatura de novos professores. 

Redação O POVO Online
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