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Vítima de arrastão na Via Expressa se diz indignada com violência

Empresário português, que pediu para não ser identificado, disse não se conformar com a falta de segurança que os moradores de Fortaleza enfrentam

12:44 | 21/05/2015

Um empresário português de 56 anos - há sete morando em Fortaleza - foi mais um a entrar, na tarde da última quarta-feira, 20, para a estatística da violência urbana na Capital cearense. O homem, que pediu para não ser identificado, foi uma das vítimas do arrastão acontecido durante um congestionamento na Via Expressa. A ação dos bandidos foi filmada por um morador de um prédio vizinho ao local do assalto, entretanto, até o momento, ninguém foi preso. A reportagem de O POVO entrou em contato com a vítima, que diz não conseguir se conformar com o que aconteceu.
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O empresário conta que ficou parado no engarrafamento enquanto se dirigia do trabalho para sua residência, localizada na avenida Beira-Mar. De repente, avistou um homem se aproximando de seu veículo. "Eu vinha na Via Expressa e formou-se uma fila. Eu fiquei parado do lado esquerdo e, à minha direita, tinha um caminhão. Vi um garoto saindo de trás deste caminhão e minha primeira impressão foi de que este garoto estava roubando este caminhão. De repente, ele se dirigiu ao meu carro e me ameaçou com uma pistola, pedindo dinheiro, cordão, carteira e para eu sair do carro. Um segundo assaltante também apareceu na hora", relata, acrescentando que os dois não aparentavam estar sob o efeito de drogas e que ambos pareciam ser maiores de idade.

A vítima conta que, no momento do assalto, manteve a calma para não correr o risco de sofrer nada pior. "Eu fiquei calmo e mantive um diálogo com eles, sem agressão, sem nada. Disse que tivessem calma e que eu não tinha nada de valor. Mesmo assim, ainda levaram meu celular e meu relógio. Neste momento, os carros começaram a avançar e o rapaz da pistola saiu, ficando apenas o outro, que não vi com arma nenhuma. Então eu também comecei a avançar meu carro e ele saiu", conta.

Segundo o português, o congestionamento foi ocasionado por trabalhadores que limpavam os canteiros da avenida, o que o deixou revoltado. "É uma pouca vergonha, sabendo-se que ali é um local perigoso, que não se pode parar, trabalhadores limpando a pista gerarem um congestionamento daqueles. É muita falta de organização", reclama.

Inconformado com a falta de segurança, o estrangeiro acredita que falta à própria sociedade ações mais concretas para que este quadro mude. Para ele, o povo deveria protestar contra este tipo de situação e não contra governantes específicos. "Fico triste também com a apatia da população, do cidadão, pois não vejo as pessoas se manifestarem contra isso. As pessoas devem protestar para que os políticos sejam obrigados a resolver os problemas da população e não para derrubar governos democraticamente eleitos. Enquanto isso, a segurança está um caos, se morre nas estradas, em hospitais. Contra isso que é as pessoas têm que se manifestar".

Sensação de impotência e medo fazem empresário pensar em deixar a cidade

A indignação aumenta ainda mais quando ele fala da sensação de impotência que teve. "É impossível aceitar este descaso. O que me revolta mais é que, nas imagens, a gente vê por onde eles fogem, onde eles se alojam e ninguém faz nada, pelo menos de forma efetiva. Acredito que tenham pessoas bem intencionadas na segurança pública, mas está provado que esta tática que vem sendo aplicada não é eficaz", desabafa.

O medo da violência é tanto, que o empresário conta que já pensou inclusive em ir embora de Fortaleza. "Me considero até um protegido, porque moro aqui há sete anos e nunca havia sido assaltado. Já vi muitos assaltos no calçadão da Beira-Mar, mas nunca havia sido vítima. Tenho alguns investimentos aqui na cidade, mas, às vezes, me dá vontade de ir embora. Mas acho que vou ficar mais um pouco, vou ficar escapando entre as balas, como fiquei durante estes sete anos", concluiu.

 

Veja o vídeo:

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Redação  O POVO Online
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