Um dos adolescentes envolvidos no latrocínio (roubo seguido de morte) da empresária Marcela Montenegro, que ocorreu em março de 2010, tem sido apontado pela Justiça como o principal articulador dos motins e rebeliões do Centro Educacional Dom Bosco. 

Segundo o titular da 5ª Vara da Infância e Juventude de Fortaleza, Manuel Clistenes de Façanha e Gonçalves, o jovem, que na época, tinha 11 anos, não chegou a responder ao ato infracional devido a idade. Mas, um ano depois, foi apreendido por um assalto, no mesmo local onde Marcela foi assassinada. 

Depois disso, o juiz explica que o jovem continuou cometendo transgressões disciplinares e apresentado dificuldade em cumprir as medidas socioeducativas. Na última quarta-feira (13), o jovem quem agora,  tem 15 anos, foi chamado novamente à Vara da Infância e da Juventude, para uma conversa com o juiz. 

"Esse rapaz, lamentavelmente, continua inserido na criminalidade. Ele ainda representa um problema para os centros educacionais, pois exerce uma certa liderança. Faz três dias que realizamos audiência de um ou dois motins que foram evitados dentro do Centro Dom Bosco. Esses motins foram descobertos pelas equipes e esse jovem, junto de outros,  eram mentores desse motins, o objetivo deles era fugir. Eles foram separados, estão em zonas separadas para evitar que o motim fosse realizado", explica. 

Segundo o magistrado, caso conseguissem levar a frente, o Dom Bosco que,  recentemente, passou por reforma, seria destruído, pois eles iriam quebrar cadeados, ainda chegaram a quebrar uma televisão. "Seria algo grave se eles tivessem conseguido. Eles estavam com uma estrutura toda montada de fuga e iriam quebrar todos os cadeados e explicaram iria ser feito o negócio", comenta.

 

“Na época do crime (contra Marcela) ele não foi processado, ele tinha 1 anos. Depois foi apreendido novamente, foi para uma cidade do interior, se tornou uma pessoa complicada nesta Cidade, depois foi encaminhado à Fortaleza e tem cinco processos por crimes de roubo", explica o juiz.

O juiz explica que o jovem não sabe ler nem escrever. Ele nega participação no caso de Marcela, mas que os roubos foram feitos por falta de dinheiro. Ele ainda diz que vai mudar, vai melhorar e nega qualquer tipo de liderança dentro dos centros educacionais. 

Segundo o juiz, o Dom Bosco não está superlotado e que a parte de oficinas foram retomadas,  as visitas ocorrem normalmente. E que não é justificável as atitudes deles.

 

O rapaz foi ouvido, advertido e existe um relatório informando o mau comportamento. Conforme informou o juiz,  o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) deve pedir a manutenção da internação do adolescente.

 

Marcela Nóbrega Montenegro voltava de uma igreja evangélica com a mãe, quando foi abordada por três pessoas. Ela acelerou o carro que conduzia, um Citroen, mas foi baleada na cabeça. Ela ainda foi socorrida por uma ambulância do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu) em estado grave, mas não resistiu aos ferimentos.