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Ativistas denunciam eutanásia de animais com ''marretadas'' no Centro de Zoonoses em Fortaleza

ONG e ativistas que invadiram laboratório de testes com cães beagle, em SP, dizem que a matriz de zoonoses da capital adultera laudos e não revela como faz eutanásias

14:30 | 22/04/2015
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Atualizada às 21h30min

Ativistas e protetores de animais denunciam maus tratos de animais no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Fortaleza, onde estariam sendo realizados procedimentos de eutanásia por pessoas não habilitadas e com marretas. Um protesto, realizado pela Organização Não-Governamental Viva Bicho, está marcado para ocorrer na tarde desta quinta-feira, 23, na sede da CCZ, na rua Betel (Dendê), às 15 horas.

Segundo Stefanie Rodrigues, ativista há 18 anos e integrante da Viva Bicho, uma visita foi realizada na matriz de zoonoses da capital, juntamente com uma comissão da Ordem dos Advogados Brasileiros (OAB). Na ocasião, o grupo encontrou uma marreta, suja de sangue e enferrujada, no local onde eram realizados os procedimentos de eutanásia dos animais.

“Ninguém soube justificar aquele material. Temos até depoimentos de uma funcionária sobre os poucos anestésicos, que estavam sendo misturados com água. Nem médico tinha pra fazer a eutanásia, vimos fotos de cachorros mutilados”, disse Stefanie. Antes do protesto, o grupo se reunirá no Ministério Público do Ceará (MPCE) e vai apresentar as fotos e vídeos das irregularidades.

Para ajudar na ação, três ativistas que participaram da invasão de um laboratório de testes com cães de raça beagle, em São Roque (SP), desembarcam em Fortaleza na noite desta terça-feira, 22. “Recebemos denúncias também de que o CCZ adultera os laudos. Uma jovem que nos procurou provou que o seu cachorro não tinha calazar, mas o CCZ não esperou a contraprova e sacrificou o animal”, completou Stefanie.

A ativista afirma ainda que o protesto é uma medida tomada após inúmeras ''tentativas de conversa’’, pois a direção do Centro não permitiu o acompanhamento do procedimento. “Não deixam a gente ver justamente porque é uma prática violenta. O extermínio fere a constituição, é criminoso”, disse Stefanie.

Outro lado
O POVO Online procurou a Secretaria Municipal de Saúde, que indicou os contatos da coordenadora do CCZ, Rosania Ramalho. “É totalmente infundada, todos os procedimentos são realizados por profissionais e seguimos as recomendações do Conselho Regional de Medicina Veterinária”, explicou ela.

De acordo com a coordenadora, foram gastos mais de R$ 500 mil em anestésicos no ano passado. Além disso, ela defende que o canil possui câmeras. “É um grupo de pessoas midiáticas que não tem o que fazer.  Acredito até que tenha apelo político, pois já provamos que esses ataques são infundados”, completa.

Rosania explicou que a eutanásia no CCZ é realizada em três etapas e o animal recebe, primeiramente, um tranquilizante. Depois que ele fica mais calmo, é aplicado um anestésico. A partir dos efeitos de ambos, ele estará pronto para a aplicação de dose do cloreto de potássio, que causaria uma morte indolor.

Pesquisas com animais em instituto

Em novembro de 2013, o Instituto Royal decidiu encerrar as atividades de pesquisas em animais no município de São Roque. O local foi invadido no dia 18 de outubro do mesmo ano e teve 178 cães beagles levados.

A invasão ocorreu após ativistas relatarem que os animais eram maltratados durante experiências no laboratório. O instituto sempre negou as acusações.

Confira imagens enviadas pela ONG:

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