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Adolescentes ainda estão soltos por falhas técnicas, aponta Poder Público

19:28 | 07/03/2012

Atrasos e documentos não enviados são apontados pela Justiça, Ministério Público e Defensoria Pública como motivos para a morosidade no julgamento dos adolescentes acusados de assassinar o professor Vicente de Paulo Miranda Leitão, 46, em setembro do ano passado. O crime ocorreu na Praça da Gentilândia, em área pacata de Fortaleza. Os dois jovens estão em liberdade desde o início deste ano.

A 3ª Vara da Infância e da Adolescência do Tribunal de Justiça diz que o julgamento ainda não ocorreu por conta de espera das alegações finais (memorais do processo) a serem enviadas pelo Ministério Público e Defensoria Pública.

A 3ª promotoria afirma, por sua vez, que alegações finais já foram encaminhadas para a Defensoria Pública. Segundo a promotora de justiça da 3ª Vara da Infância e da Adolescência, Sofia Melo, a demora ocorreu por vários fatores. Houve atraso no recebimento do laudo do Instituto Médico Legal (que só chegou no dia 8 de novembro), a defesa demorou a se manifestar e também pela própria complexidade do caso. Ela não entrou em detalhes, alegando que o processo corre em segredo de justiça.

O defensor público responsável pelo caso, Alfredo Homsi, discorda das afirmações do Ministério Público sobre o não cumprimento dos prazos. Ele ressalta o atraso do Instituto Médico Legal (IML) na entrega do laudo cadavérico como justificativa para os atrasos no andamento do processo.

Outro problema identificado pela Defensoria deve atrasar um pouco mais o andamento no órgão. Uma parte da gravação do depoimento da esposa da vítima não foi anexada ao processo. No trecho, consta o relato da esposa da vítima sobre a participação dos dois adolescentes no crime. Segundo Alfredo Homsi, há indícios de que um dos jovens tenha confessado o crime para favorecer o maior de idade.

“Estou aguardando a manifestação da 3ª vara para informar se localizaram parte faltosa da gravação. Caso não encontrem, vamos ter que ouvir novamente a testemunha”, explica. Após a análise deste depoimento faltante, a defesa pretende entregar os memoriais do processo.

O julgamento deve ocorrer após a finalização de todos as alegações finais da defensoria pública.

O crime
O professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), Vicente de Paulo Miranda Leitão, 46 anos, foi morto na rua João Gentil, ao lado da Praça da Gentilândia, no dia 21 de setembro.

O professor foi caminhando até uma gráfica para pegar um banner. Na volta, quando ia entrando no carro, foi abordado por dois assaltantes.
“Ele se aperreou porque a mulher tava dentro do carro. Tentou tirar a esposa de lá e um dos bandidos deve ter achado que ele ia reagir”, conta uma das testemunhas. Vicente foi atingido com um tiro no lado esquerdo do peito, por volta das 12h30min. Os bandidos fugiram levando a L200. O veículo não havia sido localizado até a noite de ontem.

Jéssika Sisnando
jessikasisnando@opovo.com.br

Tiago  Braga

tiagobraga@opovo.com.br

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