Ceará tem quarto pior rendimento médio do trabalho do Brasil

Renda média chega a R$ 1.971, acima apenas de Maranhão, Piauí e Bahia. Estado tem ainda o município com o oitavo pior indicador nesse quesito, Salitre

10:00 | Out. 09, 2025

Por: Adriano Queiroz
O Ceará ocupa ainda a 22ª posição no quesito participação do rendimento do trabalho na composição do rendimento domiciliar, com 68,4% (foto: FERNANDA BARROS)

O Ceará tem o quarto pior rendimento do trabalho do Brasil, ou cerca de R$ 1.971, superando apenas os estados do Maranhão, com R$ 1.855; o Piauí, com R$ 1.905; além da Bahia, com R$ 1.944.

Os dados constam do estudo Censo 2022: Trabalho e Rendimento, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Estado possui ainda o município com o oitavo pior desempenho nesse indicados, Salitre, com rendimento médio do trabalho de R$ 851.

A média nacional é de R$ 2.851, mas apenas nove Unidades da Federação (UFs) tem rendimento médio do trabalho superior, o que segundo o IBGE “reforça o retrato das disparidades territoriais nesta temática”. As três UFs com maiores indicadores nesse quesito foram o Distrito Federal, com R$ 4.715; São Paulo, com R$ 3.460; bem como Santa Catarina, com R$ 3.391.

O estudo também averiguou o percentual que o rendimento do trabalho representa sobre o total de rendimentos das famílias. Nesse item, o Ceará aparece na 22ª posição com 68,4% de participação do rendimento do trabalho na composição do rendimento domiciliar.

A propósito, todos os estados do Nordeste registraram uma participação do rendimento do trabalho na composição do rendimento domiciliar inferior a 70%, sendo que no Piauí essa participação foi de 64,3%, a menor entre todas as Unidades da Federação. Por outro lado, o Mato Grosso, com 84,5%, foi o estado com a maior participação da renda do trabalho na composição do rendimento domiciliar.

Entre as regiões, também é possível notar grandes diferenças na composição do rendimento domiciliar. No Nordeste, por exemplo, esse índice é de 67,9%, enquanto no Centro-Oeste chega a 80,6%. A propósito, nas outras três regiões o rendimento do trabalho respondeu por pouco mais de três quartos do rendimento domiciliar, sendo: 76,1%, no Norte; 76,7% no Sudeste; e 76,9% no Sul.

Já quanto ao nível de ocupação, definido pelo IBGE como sendo a razão entre pessoas ocupadas e a população residente, o Ceará também aparece nas últimas posições, mais precisamente na 21ª posição, empatado com o Rio Grande do Norte, tendo ambos 45,9% de população ocupada. Três estados nordestinos aparecem nas últimas posições: Piauí, com 43,0%; Paraíba (43,5%); além do Maranhão, com 43,6%.

A média nacional era de 53,5% em 2022, com Santa Catarina na ponta, liderando com um nível de 63,5% de ocupação, seguida pelo Distrito Federal, com 60,4%; bem como os Estados de Mato Grosso e Paraná, empatados na terceira posição, com 60,3%.

Quando consideradas as regiões, três estão acima da média: Sul, com 60,3%; Centro-Oeste com 59,7%; e o Sudeste com 56% de população ocupada. Por outro lado, o Nordeste tem o pior índice nesse quesito, com 45,6%, seguido pelo Norte, com 48,4% de população ocupada.

Outros recortes de ocupação

O estudo também levou em consideração outros recortes de ocupação. Por exemplo, no caso de gênero, 62,9% dos homens estão ocupados ante 44,9% das mulheres. Essas diferenças seguem quando mesclados os recortes de gênero e cor ou raça.

Por exemplo, entre as pessoas que se declaram brancas, 64,4% dos homens e 46,7% das mulheres, respectivamente, estavam ocupadas em 2022. O número é próximo do verificado na população preta, onde 64,6% dos homens e 46,3% das mulheres estão ocupados. A menor taxa de ocupação foi encontrada na população indigena, com 48,1% dos homens e 30,8% das mulheres ocupadas.

No recorte por idade, a taxa de ocupação cresce com o aumento da idade até a faixa de 35 a 39 anos, onde é de 72,8%, voltando a decrescer nas demais faixas. Os dois extremos têm, portanto, os menores índices de ocupação, com 11,1%, na faixa entre 14 e 17 anos e 14,9% na faixa acima de 65 anos.

O IBGE destaca ainda que em todos os grupos de idade, o nível de ocupação dos homens foi superior ao das mulheres. Porém, entre as mulheres ocupadas o nível de escolaridade era mais elevado. Entre elas, 28,9% possuíam o nível superior completo. Já entre os homens o percentual caía para 17,3%.

Por outro lado, em relação à categoria de mais baixa instrução, os sem instrução ou com ensino fundamental Incompleto, a representatividade masculina foi superior à feminina: 26,4% ante 16,2%, em 2022.

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