Tarifaço: Sebrae relembra crédito de até R$ 30 bi para micro e pequenas empresas
Este recurso é fruto do aporte de R$ 2 bilhões no Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresa (Fampe), administrado pela instituição por meio do programa Acredita
09:49 | Ago. 07, 2025
Com a aplicação das tarifas de 50% a todos os produtos brasileiros pelos Estados Unidos, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) está analisando a viabilização de até R$ 30 bilhões em crédito para os pequenos negócios ao longo dos próximos anos.
Este recurso é fruto do aporte de R$ 2 bilhões no Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresa (Fampe), administrado pela instituição por meio do programa Acredita.
O presidente do Sebrae, Décio Lima, informou ao O POVO que o crédito será pulverizado para os empreendedores poderem atuar conforme as necessidades.
Leia mais
Além disso, desde o lançamento do programa em outubro de 2024, já foram disponibilizados R$ 6 bilhões, com 1 milhão de acessos à Plataforma Acredita Sebrae. Já o atendimento chega a 470 mil pequenos empreendedores, com mais de 600 mil horas de capacitação e 177 mil horas de consultoria.
"Nossa meta para 2025 é ousada: alcançar R$ 12 bilhões em crédito para pequenos negócios. Esses empreendedores que tiveram seus negócios comprometidos vão precisar de um suporte para se equilibrarem e poderem buscar novos mercados para os seus produtos. O programa Acredita também é para eles", explica Décio Lima.
Conforme os dados da instituição, cerca de 40% das exportações brasileiras são feitas por pequenos negócios e o volume de recursos envolvidos nessas operações ultrapassou a marca de R$ 2,6 bilhões, em 2024.
Ao todo, 28,8 mil negócios venderam ao Exterior. Desse montante, 194 eram microempreendedores individuais (MEI), 5.758 eram microempresários (ME) e outros 5.480 eram empresários de pequeno porte (EPP).
Vale lembrar que o programa Acredita é destinado a MEIs, com faturamento anual de até R$ 81 mil, e a empresas de pequeno porte, com receita de até R$ 4,8 milhões ao ano.
Entenda o tarifaço
As tarifas de 50% impostas sobre parte das exportações brasileiras para os Estados Unidos entraram em vigor na última quarta, 6. Entre os produtos afetados com a sobretaxa estão café, frutas, pescados e carnes.
A medida, assinada na semana passada pelo presidente norte-americano Donald Trump, afeta 35,9% das mercadorias enviadas ao mercado estadunidense, o que representa 4% das exportações brasileiras. Isso porque cerca de 700 produtos do Brasil ficaram fora do tarifaço.
São eles: suco e polpa de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes e aeronaves civis, incluindo seus motores, peças e componentes, polpa de madeira, celulose, metais preciosos, energia e produtos energéticos.
O tarifaço imposto ao Brasil faz parte da nova política da Casa Branca, inaugurada por Donald Trump, de elevar as tarifas contra parceiros comerciais na tentativa de reverter à relativa perda de competitividade da economia americana para a China nas últimas décadas.
No dia 2 de abril, Trump iniciou a guerra comercial impondo barreiras alfandegárias a países de acordo com o tamanho do déficit que os Estados Unidos têm com cada nação. Como os EUA têm superávit com o Brasil, foi imposta, em abril, a taxa mais baixa, de 10%.
Porém, no início de julho, Trump elevou a tarifa para 50% contra o Brasil em retaliação a decisões que, segundo ele, prejudicariam as big techs estadunidenses e em resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado após perder o pleito de 2022.