Pecém: produtores de mel correm contra o tempo para exportar antes do tarifaço

Nova alíquota de 50%, a maior já cobrada a um país estrangeiro, foi oficializada pelo presidente norte-americano Donald Trump nesta quarta-feira, 30

21:30 | Jul. 30, 2025

Por: Gabriela Almeida
Vista aérea do terminal multiuso de cargas do porto do Pecém (foto: FCO FONTENELE)

O tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos (EUA), oficializado nesta quarta-feira, 30, já movimenta segmentos industriais. No Ceará, pelo menos 95 toneladas de mel que estavam paradas serão embarcadas do Porto do Pecém antes do dia 6 de agosto, quando vale o decreto.

Leia também: Tarifaço de Trump deixa de fora aviões, minérios e suco de laranja

Nova alíquota, a maior já cobrada a um país estrangeiro, foi determinada pelo presidente norte-americano Donald Trump. Junto ao texto ele anexou uma lista de quase 700 produtos que serão isentos da tarifa, estando entre eles itens como aviões, minérios, suco de laranja e castanhas. 

No entanto, mercadorias importantes para a economia cearense não foram contempladas na isenção. De acordo com Augusto Fernandes, diretor da JM negócios internacionais, a indústria de calçado, de mel e de frutas são três setores cruciais do Estado e que não aparecem como isentos do valor da cobrança. 

Despachante aduaneiro no Porto do Pecém, o executivo afirma que, até o decreto passar a valer, em 6 de agosto próximo, há uma movimentação para que sejam despachados os produtos que não vão ter isenção.

"Esses sete dias serão corridos, porque a gente vai embarcar tudo o que puder", diz. Entre esses itens que serão embarcados estão 95 toneladas de mel, que estavam paradas. 

Ele também conta que há mais de 60 contêineres de calçados na mesma situação, mas diz acreditar que ainda estão em negociação sobre a antecipação do embarque. 

De acordo com Fernandes, a tarifa pegou "todo mundo do mercado de surpresa", não dando tempo para a criação de estratégias. Além disso, o profissional diz que decreto traz pontos confusos e que ainda está cedo para mensurar o impacto da medida sobre a indústria cearense. 

"Tem muita coisa ainda pela frente, para descobrir nos próximos dias (...) Eu penso que ainda vai ter esclarecimento sobre esse decreto (...) eu penso que ainda vai ser debruçado", pontua.

 s