Setor de serviços cai em 21 das 27 Unidades da Federação em agosto, revela IBGE
As quedas mais significativas no volume de serviços prestados em agosto ante igual mês de 2014 foram observadas no Amapá (-14,2%), no Maranhão (-12,2%), no Sergipe (-7,8%) e na Bahia (-7,5%). Todos os dados descontam a influência dos preços.
Das 21 regiões que ficaram no vermelho, sete tiveram recuo menos intenso do que a média nacional, entre elas o Rio de Janeiro, com perda real de 2,2% no período. Entre os avanços, lideraram Rondônia (9,6%), Roraima (5,7%), Mato Grosso (3,8%) e Mato Grosso do Sul (3,3%), apontou o IBGE.
Cortes orçamentários
Os serviços profissionais, administrativos e complementares são os mais afetados pelos cortes orçamentários nos governos e pela redução nos gastos de empresas privadas, afirmou Roberto Saldanha, pesquisador da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE. Em agosto, o volume de serviços prestados pelo segmento recuou 5,2% em relação a agosto de 2014.
"A questão é que, como é um setor muito intensivo em mão de obra, ele impacta também no desemprego", disse o pesquisador. Os serviços profissionais incluem consultorias, enquanto o segmento de administrativos e complementares engloba serviços de limpeza e vigilância. A queda é mais intensa e vem há mais tempo no primeiro setor, embora recentemente o segundo, de menor qualificação, venha dando sinais cada vez mais claros de queda, sintoma dos cortes de gastos e uma preocupação em termos de emprego.
"Os governos contratam menos, as empresas privadas também estão reduzindo fortemente seus gastos com esses serviços. O próprio desaquecimento da economia reflete muito no setor", afirmou Saldanha.