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Governo não terá CPMF e aumentará a Cide, prevê economista da MB Associados

12:00 | 16/10/2015
O economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, afirmou na manhã desta sexta-feira, 16, que o governo não conseguirá aprovar a Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF) com a presidente Dilma Rousseff no poder e que a única saída para ampliar a arrecadação no curto prazo é aumentar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) incidente na gasolina.

Segundo ele, "é muito provável" o aumento da Cide de R$ 0,10 para R$ 0,60 por litro de gasolina em novembro, o que traria uma arrecadação de R$ 15 bilhões para o governo e um impacto apenas na inflação de dezembro e na de 2015.

"A Cide é a saída, pois a inflação vai de 9,5% para 10,5% em 2015 e não traria impacto na inflação de 2016, que o governo quer levar para o centro de meta de 4,5%. Por isso, é muito provável que até o fim de novembro o governo aumente a Cide para caber na inflação de dezembro, já que CPMF não vai passar no Congresso com Dilma no governo", afirmou Vale durante seminário da Canaplan, em Ribeirão Preto (SP). "Se ela sair, a CPMF passa no dia seguinte", acrescentou.

Durante a palestra, Vale traçou cenários pessimistas para a economia brasileira, com o governo Dilma, e para economias mundiais, de retração na norte-americana e na europeia. Segundo ele, com a presidente deixando o cargo, cenário improvável, o câmbio chegaria a R$ 3 e o clima de otimismo puxaria a retomada econômica. "Se Dilma permanecer, o que é mais provável, teremos três anos de crescimento baixo, inflação alta e o câmbio chega a R$ 5".

Vale avaliou, ainda, que há sinais de desaceleração da economia nos Estados Unidos, o que deve levar o Banco Central local (Fed) a não aumentar taxa de juros em 2015. "Se a queda for consolidada, a alta dos juros deve ser postergada durante o ano de 2016. Isso significa volatilidade cambial aqui", disse.

Na Europa, além do impacto do fluxo migratório no continente, a crise de Volkswagen, envolvida em denúncias de fraude no sistema de emissão de poluentes em veículos, deve levar o governo alemão a socorrer a companhia, diante da necessidade de despesas da ordem de 100 bilhões de euros em ações.

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