AES: leilão de usinas depende de solução para risco hidrológico e financiamento
"A condição de financiamento do setor, em geral, está bastante tomada", afirmou Britaldo. "A questão do GSF também é uma variável que precisa ser resolvida. E quanto mais demorarmos, mais a situação ficará complexa", complementa o executivo. O GSF citado pelo presidente da AES é a sigla utilizada para identificar o déficit da geração hídrica, um problema que tem mobilizado representantes do governo federal e da iniciativa na tentativa de encontrarem uma solução. O governo já propôs uma alternativa para a solução do GSF, mas a opção não foi bem aceita pelos empresários. "Como foi colocado originalmente é uma não solução", afirmou o presidente da AES, em referência à quarta fase da discussão pública sobre o assunto.
Concluída essa etapa, o governo pretende dar andamento aos trâmites para que o projeto possa ser aprovado até o dia 4 de novembro, antevéspera do leilão, conforme revelou o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, em entrevista exclusiva concedida ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, na sexta-feira passada. "Para o país seria muito bom alcançarmos uma solução para a questão do GSF", diz Britaldo. A resolução do tema GSF é considerada fundamental para que o governo consiga captar os R$ 17 bilhões desejados, montante que seria destinado para amenizar o desequilíbrio das contas federais.
Diante das incertezas em relação ao tema, Britaldo evitou adotar uma posição mais assertiva sobre a possível participação da AES no certame. "Estamos acompanhando", limitou-se a dizer. Empresas como Cesp e CPFL já revelaram o interesse em participar de consórcios que disputarão os ativos do leilão. O foco está principalmente em parceiros estrangeiros interessados nas usinas de Jupiá e Ilha Solteira, anteriormente controladas pela Cesp.