Tesouro: interrupções em vendas do Tesouro Direto protegem pequeno investidor
O Tesouro atribuiu o aumento na procura pelo programa de venda de títulos a pessoas físicas às mudanças que foram feitas no início do ano, como a modificação na nomenclatura dos títulos, que tornou o Tesouro Direto mais acessível para o pequeno investidor.
"É fato que estamos em um momento de aumento das taxas de juros do País, mas isso já ocorreu no passado e não havíamos observado uma mudança de patamar no programa como agora. Não apenas estamos observando aumento de vendas líquidas, mas também aumento do número de investidores cadastrados", acrescentou o coordenador-geral de Planejamento da Dívida, Luiz Fernando Alves.
Balanço
A Secretaria do Tesouro Nacional (STN) informou hoje que, em agosto, as vendas do Tesouro Direto atingiram R$ 1,377 bilhão, conforme antecipou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado na sexta-feira. Segundo o Tesouro, os títulos mais demandados são os indexados pelo IPCA, com 60,4% da participação. Os títulos prefixados corresponderam a 12,5% e os indexados à Selic, 27%. Os resgates totalizaram R$ 390,4 milhões, dos quais R$ 321,8 milhões relativos às recompras e R$ 68,6 milhões referente aos vencimentos.
Em agosto, o estoque do Tesouro Direto registrou um montante de R$ 20,61 bilhões. Sobre o prazo de emissão, no mês passado, 17,6% das vendas no Tesouro Direto corresponderam a títulos vencidos acima de 10 anos. As vendas de títulos com prazo entre 5 e 10 anos representaram 41,8% e as com prazo entre 1 e 5 anos, 40,7% do total.
Em agosto, foram realizadas 12.993 operações de venda de títulos a investidores. Os pequenos investidores corresponderam a 66,3%, com vendas até R$ 5.000,00. O valor médio por operação, neste mês, foi de R$ 12.194,38.
O estoque de R$ 20,61 bilhões registrado em agosto corresponde a um aumento de 5,9% em relação ao mês anterior (R$ 19,47 bilhões) e de 47,6% sobre agosto de 2014 (R$ 13,97 bilhões).
O maior volume do estoque está atrelado aos títulos remunerados por índices de preços com um estoque de 60,7%. Na sequência, aparecem os títulos prefixados, com participação de 20,5% e, por fim, os títulos indexados à taxa Selic, com 18,8%.
Em relação à composição do estoque por prazo, tem-se que 3,3% dos títulos vencem em até 1 ano. A maior parte, 55,3%, é composta por títulos com vencimento entre 1 e 5 anos. Os títulos com prazo entre 5 e 10 anos, por sua vez, correspondem a 25,2% e os com vencimento acima de 10 anos, a 16,1%.
Em agosto, o Tesouro Nacional registrou 15.187 novos participantes. Agora, o Tesouro tem 552.166 investidores cadastrados, um aumento de 31,8% nos últimos 12 meses.
Em relação à rentabilidade acumulada no mês, o Tesouro destacou a rentabilidade do título Tesouro Selic 2021, que registrou variação de 0,89% no mês. No que se refere à rentabilidade acumulada no ano, a STN frisou o Tesouro IPCA+ 2019 e Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2020, com altas de 7,11% e 6,67%, respectivamente.
O Tesouro esclareceu ainda que os valores negativos são decorrentes do aumento nas taxas de juros de mercado ocorridas no mês passado. Esse aumento de juros faz com que o preço dos títulos em 31/08/2015 seja menor que o apurado em 31/07/2015.