Taxa de câmbio está exagerada e gera aumento de custos, diz Grupo Caoa
"A taxa de câmbio ajuda nas exportações, mas vai forte na inflação. Eu acho que está muito exagerada. Tem um componente político muito forte, da crise política, e eu estou muito preocupado com o aumento de custos que a taxa de câmbio está provocando", disse Maciel.
De acordo com ele, a preocupação decorre do fato de tudo, desde o pãozinho até o automóvel, conter componentes cotados em dólar. "E a gente não pode brincar com a inflação", disse Maciel, para quem o câmbio tem que flutuar. "O câmbio tem que flutuar e, quanto menos intervenção do governo, melhor para os negócios, porque as empresas se adaptam, fazem seus prognósticos e avançam", disse o presidente do Grupo Caoa.
Setor automobilístico
Sobre o setor automobilístico, Maciel disse que há uma queda dramática de volume e que, agora, terá que ser feito um ajuste para o novo tamanho do mercado. "Estou chegando Congresso da Fenabrave, e o presidente (Alarico Assumpção Jr.) disse que neste ano já foram fechadas 400 lojas e que mais serão fechadas", disse o executivo.
O Brasil, segundo ele, vendeu há três anos 3,6 milhões de veículos. Neste ano, deve vender 2,6 milhões, o que quer dizer um milhão a menos em dois anos e 700 mil em um ano. "Só que a perspectiva é a seguinte: com 2,6 milhões de unidades vendidas, o Brasil tem ainda a sétima maior indústria automobilística do mundo. Com as 3,6 milhões (de unidades vendidas) de três anos atrás, éramos a quarta maior do mundo", afirmou.