Consumidor não pode deixar de comer, mas deixa de comprar produto caro, diz IBGE
Em julho, as vendas no varejo restrito, que reúne os segmentos mais tradicionais do comércio, encolheram 3,5% em relação a julho do ano passado. Os maiores impactos negativos vieram de móveis e eletrodomésticos (1,5 ponto porcentual), hipermercados e supermercados (-1,0 ponto porcentual) e tecidos, vestuário e calçados (-0,7 ponto porcentual). Isso corresponde a 90% da queda, notou Isabella.
No caso dos móveis e eletrodomésticos, a queda de 12,8% nas vendas em julho ante julho de 2014 é resultado principalmente da restrição ao crédito. "O setor é muito sensível à situação de crédito, e houve uma restrição. A taxa média dos juros aumentou, elevando custo de financiamento", explicou Isabella.
Nos hipermercados e supermercados, o recuo anual de 2,1% nas vendas em julho foi o sexto consecutivo. "O setor é muito sensível à renda", disse a gerente. Em julho deste ano, a massa de salários encolheu 3,5% em relação a igual mês de 2014, de acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego.
"O consumidor não pode deixar de comer, mas deixa de comprar produto mais caro, restringe cesta a produtos mais básicos, principalmente quando se tem um índice de confiança mais baixo", comentou Isabella.
Além disso, a inflação elevada também contribui para corroer a renda dos brasileiros. "A combinação de fatores como elevação de juros e redução da massa real de salários é, para o comércio, bastante impactante, e estamos observando isso no cenário atual", acrescentou a gerente.