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Brennand opera 2ª fábrica mirando no Nordeste

O investimento de R$ 700 milhões começou há cinco anos na unidade recém-instalada na Paraíba, contudo, a ampliação da primeira fábrica, em Sete Lagoas (MG), foi brecada

19:38 | 03/09/2015
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O investimento declarado é de R$ 700 milhões e a meta é atingir 5% de share no mercado de cimento do País. O Grupo Ricardo Brennand, de Pernambuco, agora tem a segunda fábrica do Cimento Nacional. Fica em Pitimbu (PB), depois de operar a primeira em Sete Lagoas (MG). Na unidade mineira, diante do breque na construção civil, pé no freio. A ampliação orçada em R$ 500 milhões foi adiada. Já a nova planta na Paraíba permite ao grupo passar a entrar em todo o Nordeste.

O presidente da Brennand Cimentos, José Eduardo Ramos, avalia que o mercado de cimento no País deverá reagir apenas no segundo semestre de 2017. A leitura dele é construída com base no desabamento do consumo no primeiro semestre. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic), a queda foi de 6,3%. Executivos do setor têm apostado que ao final de 2015 a redução seja de dois dígitos. Entre 10% e 15%. Para 2016, um pouco melhor. Preveem redução de 7,5% a 10%. Este ano de 2015, a propósito, é o primeiro de retração desde 2004.

Eduardo estima que a nova fábrica comece a dar retorno entre oito e 10 anos. Ele afirma que preços menores serão uma tática de entrada do produto, mas apenas na estreia. “Queremos ser referência na qualidade e no atendimento”. As duas indústrias têm juntas capacidade instalada para produzir quatro milhões de toneladas de cimento por ano. Na unidade nova, 1,5 milhão de toneladas, mas, neste começo no máximo, 70% da capacidade. Será assim até o cenário melhorar.

A unidade mineira cobrirá os mercados do Sul da Bahia, Sudeste, parte do Centro-Oeste e Sul. A fábrica de Sete Lagoas funciona desde 2011 e resultou de investimento de R$ 850 milhões. A ampliação adiada já teve concluída a terraplanagem e as máquinas adquiridas. Em 2006, o Grupo havia deixado o setor de cimento. Vendera as operações ao Grupo português Cimpor.

A escolha do município paraibano se deveu, segundo Eduardo, à disponibilidade de calcário (principal matéria-prima do cimento). A planta ocupa área total de 200 hectares. E utiliza maquinário dinamarquês. “A fábrica tem um laboratório de concreto fixo e móveis, com equipe de engenheiros que darão consultoria aos clientes, nas obras ou nas indústrias dos nossos clientes”, disse Eduardo. O foco no Nordeste é por conta do potencial. Enquanto no Brasil o consumo per capita é de 350 kg/ano, na região e de 290 kg/ano.

*O jornalista viajou a convite da Brennand Cimentos

SAIBA MAIS

- O Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) aponta o Nordeste como a região com segunda maior demanda pelo produto : 23%. O mercado consumidor líder é o Sudeste, com 43%.

- A Brennand Cimentos montou dois centros de distribuição. Um em Caruaru, no agreste pernambucano, e outro em Natal, no Rio Grande do Norte.

- O Grupo Ricardo Brennand é resultado da cisão do Grupo Brennand, criado em 1917 com a produção de açúcar e álcool. Nos anos 1970 e 1980, atuava em cerâmica, vidro, aço e cimento. A reestruturação aconteceu em 2000, com o grupo Ricardo Brennand lançando a Brennand Energia. Hoje são 16 hidrelétricas e três parques eólicos, com capacidade instala em 2016 de 600 MW.
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