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Queda do ritmo de vendas no varejo acelerou no 2º trimestre, diz o IBGE

11:55 | 12/08/2015
O comércio mostrou uma intensificação no ritmo de queda nas vendas no segundo trimestre de 2015, afirmou Isabela Nunes Pereira, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em função dessa acentuação, o segmento restrito registrou a pior queda de toda a série histórica, com recuo de 3,5% em relação ao segundo trimestre do ano passado.

"O varejo mostrou intensificação de quedas no segundo trimestre, o recuo do setor ficou muito concentrado no período. Mesmo quem ficou positivo cresceu menos", destacou Isabela.

No segundo trimestre, as vendas de móveis e eletrodomésticos recuou 16,0% em relação a igual período do ano passado, também a maior retração já observada na série. Restrição ao crédito e um mercado de trabalho desaquecido pesam sobre o varejo, principalmente sobre setores cujos produtos são mais caros e demandam planejamento ou financiamento.

Veículos

Embora não esteja incluído no varejo restrito, o segmento de veículos também quebrou recordes. A queda de 16,4% no segundo trimestre ante o período entre abril e junho de 2014 foi a maior desde o segundo trimestre de 2002, segundo Isabela.

Muitos indicadores do comércio mostram uma atividade combalida, com os piores resultados desde 2003, quando as vendas encolheram em relação ao ano anterior. "Em 2003, houve mudança de governo, com uma crise de confiança muito marcada no primeiro semestre. Já no segundo semestre, as vendas foram bem menos negativas. Em 2004, comércio inaugura período de 11 anos de taxas positivas", lembrou a gerente.

"Na conjuntura atual, o que estimulava o varejo, o crédito, está mais restrito e mais caro. Tem um aumento de inflação, que reduz salário real, enfraquecimento de mercado de trabalho trazendo também queda na massa de renda. Renda e crédito em queda refletem nesse resultado negativo. Em 2003, crédito e emprego eram piores que agora, mas crise era mais política. Agora, tem uma crise mais interna, passando por período em que consumidor tem baixo nível de confiança", afirmou Isabela.

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