Fluxo de veículos pesados fraco faz índice ABCR recuar 1% em julho
Para ele, no curto prazo, o pessimismo dos empresários e o elevado patamar de estoques limitam a reação do setor, ainda que a desvalorização cambial dê algum fôlego às exportações. "Embora os dados de julho contra junho tenham registrado leve alta, o fluxo de pesados acompanha esta lógica quando analisamos os dados de um período de tempo maior, registrando resultados negativos na análise dos dados dos últimos doze meses e na comparação do acumulado do ano (janeiro a julho de 2015, contra janeiro a julho de 2014)", analisa Bacciotti.
No caso dos veículos leves, de acordo com o economista, dada a correlação com os fundamentos de mercado de trabalho, os efeitos negativos do desaquecimento econômico são sentidos com maior defasagem. "Como o ajuste sobre renda e emprego está em um processo inicial, a tendência de desaceleração no fluxo de leves ainda tende a ganhar força. Queda de rendimentos e piora na obtenção de crédito pessoal, além do declínio da confiança do consumidor, atuam no sentido de conter a demanda", explica o economista.
Em relação a julho do ano passado, período para o qual a ABCR registrou aumento de 2,3% no fluxo total, com queda de 5,3% no fluxo de veículos pesados e crescimento de 5,1% no movimento de veículos leves, Bacciotti observa que a forte elevação do fluxo de leves, no caso, é explicada pela base de comparação, que em julho do ano passado foi deprimida pela Copa do Mundo, com efeito negativo sobre o fluxo de leves.
"Desta forma, a depender da dinâmica ruim para os principais condicionantes de demanda (emprego, renda, crédito e confiança), a tendência de desaceleração no fluxo de leves deve continuar", resume Bacciotti.