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Firjan critica juros diferenciados para setores

12:00 | 19/08/2015
O presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, criticou a decisão do governo de conceder, via bancos públicos, juros diferenciados para determinados setores. Para ele, é preciso estabelecer "regras claras e permanentes" para que o País ganhe condições de sair da crise e voltar a crescer.

"Precisamos de regras claras e permanentes, e, principalmente, sinais sempre consistentes do poder público na direção dessas regras claras", disse Vieira durante apresentação no 34º Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex), no Rio. "Há notícias que, no nosso entender, não estão exatamente na direção das regras claras e permanentes. Para voltarmos a uma inflação razoável e civilizada, a saída, não existe outra, é frear a economia. Agora, quando nós vemos a declaração de que determinados setores vão ter juros diferentes, isso é espantoso. Então os juros foram demais? Então é melhor reduzir os juros? Agora, por que foram demais pra uns e não para outros? Esse sinal não é bom", disse.

Ontem, a Caixa Econômica Federal anunciou que vai liberar cerca de R$ 5 bilhões até o fim do ano sob "condições especiais" para alguns setores. O trato envolve financiamento mais barato em troca da manutenção dos empregos. A cadeia produtiva do setor automotivo foi a primeira a ser contemplada, mas outros segmentos devem ser incluídos no rol de beneficiados. Há a expectativa de que o Banco do Brasil lance uma iniciativa semelhante.

"Não é por aí, obviamente que os agentes econômicos não entendem. O Executivo reage muito com a opinião pública. É importante que nós possamos conversar com o Parlamento. Estamos numa crise, é preciso ter calma, nós estamos juntos com os políticos, para chorarmos juntos, como no caso da inflação elevada, mas também estamos juntos para comemorar o futuro de sucesso do Brasil que tenho certeza que ele tem", lamentou o presidente da Firjan.

Comércio exterior

O ex-ministro da Fazenda Ernane Galvêas, também presente à abertura do evento, afirmou que as dificuldades vividas pelo setor de comércio exterior não são causadas apenas pelos obstáculos às exportações, mas também pelo próprio desequilíbrio das finanças públicas, que afeta a economia como um todo. "A fotografia é péssima, mas pior do que a fotografia é o filme. Não temos perspectivas de recuperação. Mas não quer dizer que não é uma situação que a gente não possa superar", disse.

Já o presidente da Apex Brasil, David Barioni, destacou que o Plano Nacional de Exportações (PNE) inclui um mapa de 32 mercados prioritários, e que Estados Unidos, China e Alemanha continuarão sendo a parte principal do esforço para exportações. "Há também mercados não tradicionais como Argélia, Austrália, Irã e Egito que receberão ações inéditas da agência em parceria com mercado privado", afirmou.

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