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Abimaq e centrais sindicais fazem ato contra economia 'desastrosa'

13:35 | 13/08/2015
Empresários da indústria e representantes das principais centrais sindicais do País interditam, nesta quinta, 13, o sentido Consolação da avenida Paulista, em São Paulo, em um ato conjunto "em defesa da indústria e do emprego". De um carro de som em frente ao Masp, os organizadores se revezam no microfone para criticar os "juros pornográficos" praticados no Brasil, a falta de uma política industrial por parte do governo e o aumento do desemprego devido à crise.

Apesar de o movimento se apresentar como apartidário e de afirmar não ser contra o governo, por mais de uma vez sindicalistas gritaram "Fora Dilma!", mas não despertaram o entusiasmo dos presentes.

Carlos Pastoriza, presidente da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), afirmou que o que une as classes patronal e trabalhadora nesta manifestação é "a situação desastrosa da economia". "O governo precisa acabar com estes juros pornográficos e atacar o spread gigantesco dos bancos", defendeu.

Miguel Torres, presidente da Força Sindical, disse que o tamanho da crise, com juros e inflação elevados e desemprego em alta, causa um caos. "É primordial a redução dos juros. Também é preciso ter linhas de crédito e uma política industrial para o País, que hoje não existe", defendeu. "É preciso medidas para a retomada do crescimento porque essa crise vai passar. Pode demorar, mas vai passar", disse.

Questionado sobre a recente desvalorização da moeda chinesa yuan, Pastoriza, da Abimaq, reconheceu que o movimento preocupa e defendeu que o Banco Central pare de intervir no mercado de câmbio. "O câmbio já andou, mas continua desequilibrado, favorecendo as importações", disse. O empresário afirmou ainda que o governo "jogou ao contrário" por oito anos, ao tentar manter o real supervalorizado, segundo ele, o que levou a um processo de desindustrialização no País.

Organizado também pela Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e pela União Geral dos Trabalhadores (UGT), o movimento contabiliza 5 mil manifestantes, todos usando um colete com o nome do evento: "Grito em Defesa da Indústria e do Emprego". De acordo com a Polícia Militar, 3 mil pessoas participam do ato na Avenida Paulista, que deve ser totalmente liberada às 13h, de acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

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