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Programa de QE do BCE prosseguirá até inflação se ajustar, diz Draghi

11:00 | 16/07/2015
O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, disse hoje que o programa de compra de ativos da instituição continua se desenrolando sem problemas e deverá permanecer em vigor até o fim de setembro de 2016, como programado, ou até a inflação na zona do euro se ajustar de forma a atingir a meta do BCE, que é de uma taxa anual ligeiramente abaixo de 2%.

Pelo programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês), que teve início em março, o BCE pretende comprar mensalmente até 60 bilhões de euros em ativos, compostos principalmente por bônus soberanos, numa tentativa de contribuir para a recuperação da zona do euro.

Em discurso feito durante coletiva de imprensa que se seguiu à reunião de política monetária do BCE, que mais cedo decidiu manter suas principais taxas de juros inalteradas, Draghi reiterou que a política da instituição continuará sendo acomodatícia e acompanhará as tendências de inflação no médio prazo para garantir a estabilidade dos preços.

Segundo Draghi, as informações disponíveis desde o início de junho, quando o BCE realizou sua reunião anterior, estão amplamente em linha com as expectativas. "Os últimos acontecimentos nos mercados financeiros, que refletem parcialmente o aumento das incertezas, não mudaram a avaliação do conselho diretor (do BCE) da ampliação da recuperação econômica da zona do euro e de um aumento gradual nas taxas de inflação nos próximos anos", afirmou, acrescentando que o BCE vai continuar monitorando os mercados.

Draghi avaliou também que as últimas medidas do BCE continuam contribuindo para o crescimento econômico e deverão conduzir a inflação para a sua meta no médio prazo. Ele previu que a inflação na zona do euro deverá permanecer baixa nos próximos meses, antes de começar a ganhar força no fim do ano, e reiterou que o BCE está pronto para usar todos os instrumentos disponíveis para responder a eventuais situações indesejáveis.

Ainda no discurso, Draghi comentou que a desaceleração nas economias dos mercados emergentes continua pesando sobre a perspectiva global e que o crescimento na zona do euro provavelmente continuará sendo coibido "pelos necessários ajustes nos balanços de uma série de setores e pelo lento ritmo de implementação de reformas estruturais".

Para Draghi, os riscos negativos que cercam a perspectiva econômica da zona do euro foram, de modo geral, contidos pelas decisões de política monetária do BCE, assim como pelos desdobramentos nos mercados de petróleo e de câmbio.

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