Indústria termina primeiro semestre com produção em queda, diz pesquisa da CNI
A utilização da capacidade instalada caiu para 65% em junho, ante 66% em maio. É o menor patamar da série, que tem início em janeiro de 2011. Em junho, a pesquisa também indicou queda no número de empregados, com o índice em 40,7 pontos, 0,7 ponto porcentual abaixo do registrado em maio.
"Em um quadro tão amplamente negativo, torna-se imperativo a tomada de medidas que possibilitem a redução dos custos da indústria e consequente aumento de sua competitividade", destaca nota da CNI.
Apesar das sucessivas quedas na produção, os estoques continuam subindo. Em junho, a alta foi de 0,9 ponto, para 52,1 ponto. Os estoques estão acima do nível desejado, com o indicador que mede o estoque efetivo planejado em 53,1 pontos.
Nesse cenário, a situação financeira das empresas se deteriorou no segundo trimestre, o que a confederação atribui à baixa atividade econômica, aliada às políticas fiscal e monetária contracionistas. O indicador de situação financeira ficou em 39,3 pontos e o do lucro operacional em 33,4 pontos - números abaixo de 50 pontos refletem insatisfação.
O indicador de facilidade de acesso ao crédito também ficou abaixo desse patamar (31,6 pontos). Os preços de matéria-prima continuam em alta no segundo trimestre (64,7 pontos), mas em ritmo menor do que no primeiro trimestre (71 pontos).
Problemas
Para os empresários consultados pela CNI, o maior problema no momento é a elevada carga tributária, reclamação de 44,8% dos entrevistados. "Esse resultado sugere que as recentes medidas do governo federal para o cumprimento do ajuste fiscal e as discussões sobre o tema teriam aumentado ainda mais a preocupação com os efeitos deletérios da tributação sobre as empresas", afirma a confederação, em nota.
Além disso, a demanda interna insuficiente é problema para 44,2% dos entrevistados. Além disso, foram destacados os custos com energia (37,5%) e matéria-prima (21,1%) entre as dificuldades enfrentadas pelo setor.