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Austrália se compromete com banco de infraestrutura liderado pela China

16:40 | 24/06/2015
Após meses de hesitação, a Austrália confirmou que se unirá ao Banco de Infraestrutura e Investimento da Ásia (AIIB, na sigla em inglês), dizendo que intensas negociações com a China e outros parceiros reduziram sua preocupação sobre como o fundo de US$ 100 bilhões será gerido.

Apesar da pressão de Washington para que não se alie à organização liderada pela China, a Austrália se tornará um membro junto com aliados dos Estados Unidos como o Reino Unido e a Alemanha, após garantias de que a instituição será verdadeiramente multilateral, segundo o secretário do Tesouro australiano, Joe Hockey, e não uma ferramenta geopolítica da China, como temem alguns críticos.

O compromisso da Austrália tornará o país o sexto maior acionista do AIIB, visto como potencial rival do Banco Mundial, liderado pelos EUA. A Austrália pagará 930 milhões de dólares australianos (US$ 719 milhões) para o fundo ao longo de cinco anos, ainda que o compromisso total seja de até 3,7 milhões de dólares australianos.

A China, a Índia e a Rússia serão os maiores acionistas.

Em março, Hockey e o primeiro-ministro Tony Abbott sinalizaram sua intenção de participar, mas disseram querer garantias de que nenhum país teria o controle do banco.

A oferta da China de desistir de seu poder de veto nas operações cotidianas ajudou a conquistar a Austrália. Como maior acionista, porém, Pequim tem votos suficientes para bloquear decisões envolvendo aumento de capital e alguns outros pontos importantes. Esse poder é similar ao dos EUA no Fundo Monetário Internacional (FMI), segundo economistas.

"Nós estamos absolutamente satisfeitos de que os arranjos de governança agora colocados garantirão que há transparência e responsabilização adequadas no banco", disse Hockey. Ele disse que o gabinete de governo aprovou unanimemente a decisão.

Washington levantou a dúvida de que o AIIB, se não administrado adequadamente, poderia contribuir para a corrupção e o endividamento na região. Também mostrou a preocupação com a possibilidade de que ele possa suplantar instituições como o Banco Mundial e o Banco de Desenvolvimento Asiático, onde o governo norte-americano tem mais peso. Alguns países temem que a instituição seja usada para garantir as ambições regionais da China, particularmente contra Japão e Taiwan.

Na semana passada, a Nova Zelândia anunciou sua decisão de ser um membro fundador do banco, que deve começar a operar no fim do ano. Fonte: Dow Jones Newswires.

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