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Tombini: devemos olhar riscos advindos de medidas não convencionais de BCs

16:05 | 21/05/2015
O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, disse na abertura do XVII Seminário Anual de Metas para a Inflação, promovido pela instituição no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira, 21, que não se pode perder de vista os riscos decorrentes de medidas não convencionais adotadas pelos bancos centrais de todo o mundo para combater a crise internacional de 2008.

"De fato, os BCs usaram instrumentos sem precedentes para uma crise igualmente sem precedentes. Por outro lado, não podemos perder de vista os riscos decorrentes dessas medidas", afirmou Tombini numa referência a preocupações demonstradas por ele no discurso de encerramento da edição anterior do seminário, no ano passado.

Segundo Tombini, o uso de instrumentos não convencionais pelos BCs tem riscos de mercados e associados à estabilidade financeira. "Os programas de compra de ativos expandiram os balanços dos BCs e os deixaram mais expostos aos riscos de mercado. Um aumento das taxas de juros de longo prazo, por exemplo, pode reduzir o valor dos ativos, enquanto o valor dos passivos permanece inalterado", explicou.

Crédito

Em relação à estabilidade financeira, segundo Tombini, "os principais riscos estão associados à expansão excessiva do crédito, às corridas por retorno, ao crescimento excessivo da intermediação financeira baseada em mercado de capitais e à ocorrência de fluxos abruptos de capitais".

Além disso, de acordo com o presidente do BC, por causa dos instrumentos não convencionais, há potenciais conflitos entre autoridades monetárias e administradores de dívida pública pelo mundo. "(Os instrumentos) Ainda têm gerado atritos entre as autoridades monetárias e os administradores da dívida pública", afirmou Tombini. "O espaço da curva de juros destinado à atuação de cada um desses agentes públicos deixou de ser exclusivo. Aumentou, portanto, o prêmio por uma melhor coordenação entre eles", acrescentou.

Segundo Tombini, para debater estes desafios não há "ninguém melhor" do que o professor Ricardo Reis, da Universidade de Columbia, que neste momento profere palestra intitulada "QE in the Future: Managing the Size and Composition of the Central Bank Balance Sheet".

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