Fipe reduz projeção para IPC de maio de 0,49% para 0,46%
Nesta terça-feira, a Fipe divulgou que o IPC registrou taxa de inflação de 1,04% na primeira quadrissemana de maio ante alta de 1,10% no fechamento de abril. O resultado ficou colado à previsão de Chagas, que era de uma inflação de 1,03%. Também ficou dentro do intervalo de expectativas dos analistas do mercado financeiro, que, no levantamento do AE Projeções, aguardavam taxa de 0,91% a 1,29%, com mediana de 1,02%.
"Na inflação do mês passado, um total de dois terços foi representado pela energia elétrica. À medida que a alta deste item perde força, a inflação geral vai caminhando para um nível mais próximo dos demais preços", comentou Chagas. "Mas, para justificar nossa revisão na estimativa, o principal motivo está em Alimentação e Transportes", disse.
Na primeira quadrissemana de maio, o item energia elétrica subiu 15,65% e respondeu por 0,55 ponto porcentual (53,29%) de toda a inflação registrada pelo IPC. No fim de abril, a alta havia sido de 19,70% e a contribuição chegou a 0,68 ponto porcentual (62,44%) do indicador da Fipe. Com isso, o avanço do grupo Habitação saiu de 2,30% para 1,93% e deve agora caminhar para variações mais leves, como a de 0,48% esperada pelo instituto no fim do mês.
Em relação ao grupo Alimentação, a elevação captada na primeira quadrissemana de maio, de 0,83%, foi idêntica à do encerramento do mês passado. Segundo Chagas, informações de pesquisas de ponta (mais recentes) da Fipe mostram que alguns segmentos responsáveis pela resistência do grupo, como o de Industrializados, devem ter altas menores, num cenário no qual a parte de In Natura já mostra deflação (de 0,80% na primeira quadrissemana) em sintonia com a sazonalidade.
Com este quadro previsto para a Alimentação, Chagas aguarda o grupo com aumento de 0,33% no fim de maio. O processo de desaceleração contempla uma alta de 0,69% na segunda quadrissemana e uma variação positiva de 0,49% na terceira leitura do mês.
Em Transportes, a alta da primeira medição de maio foi de 0,30% e superou a do fim de abril, de 0,23%. A Fipe, entretanto, espera que o atual momento de baixa do etanol (2,23% na primeira quadrissemana) ajude o grupo a não subir muito além do número atual, tanto que Chagas revisou a projeção de maio, de uma elevação de 0,79% para 0,50%.
Quanto à Saúde, o grupo subiu 1,95% na primeira quadrissemana de maio (ante 1,48% no fim de abril), em função dos reajustes recentes de medicamentos no País. Pela previsão da Fipe, o ápice da alta no conjunto de preços aconteceu justamente na leitura inicial de maio, já que o instituto espera variações positivas de 1,92%, de 1,57% e de 1,19%, respectivamente, na segunda, terceira e na medição final do mês.