Aumenta número de cooperativas em livre adesão, aponta BC
Inicialmente, para que uma cooperativa fosse formada, partia-se de união de participantes de categorias tradicionais, como trabalhadores rurais, da área de saúde ou de bancários, entre outras. Já as cooperativas de livre admissão podem admitir sócios em qualquer categoria. De acordo com Rocha, das 1.139 cooperativas existentes hoje nos registros do BC, cerca de 300 são de livre admissão. "Esse número tem crescido ano a ano. É uma transformação", constatou o técnico.
No geral, o BC avaliou no ano passado a proposta de 9.837 nomes para ocuparem cargos de direção em instituições financeiras privadas ou cooperativas. Precisam passar pelo crivo do BC membros do conselho, do conselho fiscal e diretores. Desse total, apenas 47 foram reprovados em 2014, mas seus nomes ficam resguardados pelo BC. Há atualmente 23 mil dirigentes bancários privados no Brasil, segundo BC. Para avaliar o candidato ao cargo, o órgão fiscalizador se fia principalmente na capacidade técnica e experiência do proponente ao cargo e verifica se ele possui reputação ilibada.
A Unicred Brasil presidida pelo cardiologista Léo Airton Trombka tem seu DNA na área da saúde, mas acabou de receber como associado o Sindicato dos Arquitetos, que se desligou dos engenheiros. O processo é inevitável, de acordo com o executivo, porque quando uma cooperativa formada por participantes de categorias tradicionais se abrem para maridos, esposas, filhos e pais, automaticamente outras categorias de profissionais acabam se incorporando.
Por isso, além de se transformarem em cooperativas de livre admissão, as empresas estão também se unindo através de pontos em comum. Em novembro do ano passado em Florianópolis, durante evento do Banco Central para cooperativas de crédito, lançaram o Fundo Garantidor de Crédito Cooperativo de R$ 250 mil por CPF, mesmo valor dos bancos. Outro ponto que já está unificado para todo o segmento é a fiscalização das contas das cooperativas, que passa agora a ser feita por uma auditoria também cooperativa.
O próximo passo, de acordo com Trombka, é unir as cooperativas em um sistema financeiro único. "Defendo que somos a sexta entidade financeira, com cinco mil agências. Perdemos para o Banco do Brasil. Só que nós somos um sistema financeiro separado. A solução é termos um sistema financeiro cooperativo único", disse o executivo que defendeu a unificação na Convenção das Cooperativas em Manaus, no ano passado. "Poderemos ter ATMs únicas e não só os caixas dos bancos 24 horas", disse.