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Zona do euro não tem risco de inflação, diz BC austríaco

14:06 | 12/10/2012
A zona do euro não enfrenta riscos de inflação nem de deflação, afirmou nesta sexta-feira Ewald Nowotny, presidente do banco central da Áustria. Segundo ele, este fato torna desnecessária novas reduções das taxas oficiais de juros.

"Eu não vejo a necessidade específica de novos cortes de taxas de juros neste momento", disse Nowotny, que também é integrante da diretoria do Banco Central Europeu (BCE), em entrevista ao The Wall Street Journal. Em julho, o BCE reduziu sua taxa básica de juros para 0,75%, recorde de baixa. A inflação na zona do euro está em 2,7% ao ano.

Apesar disso, o BCE é um dos poucos bancos centrais importantes do mundo com espaço para novos cortes. As taxas básicas de juros do Federal Reserve (o banco central dos EUA) e o Banco do Japão (BoJ) estão próximas a zero.

Atualmente, a taxa do BCE para depósitos overnight é zero. Nowotny afirmou, sem dar mais esclarecimentos, que levar a taxa para o território negativo representaria "uma série de problemas práticos". O presidente do banco central da Áustria afirmou que, caso BCE reduzir sua principal taxa de juros novamente, ele preferiria manter as taxas de depósito inalteradas, reduzindo o spread entre as duas.

Bônus

No mês passado, o BCE divulgou seu novo programa de compra de bônus de países problemáticos da zona do euro, como a Espanha, contanto que os países peçam resgate e respeitem as condições impostas. A medida ajudou a acalmar os mercados financeiros e reduziu os yields (retorno ao investidor) dos títulos da Espanha e da Itália, embora o programa não tenha sido colocado em prática.

Nowotny se opõe à proposta da Comissão Europeia de dar ao BCE a responsabilidade de supervisionar o sistema bancário da região. "Pessoalmente, eu ficaria mais confortável com uma estrutura mais concentrada para o banco central", afirmou ele, que defende que outras instituições assumam o papel de supervisor bancário.

Em discurso realizado na manhã desta sexta-feira, Nowotny disse que o resultado de uma nova pesquisa do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre o impacto econômico do corte do déficit tornará a Europa "mais flexível", na medida em que os formuladores de políticas buscam reduzir a lacuna entre despesas e receitas numa série de países.

O estudo, feito pelos economistas Olivier Blanchard e Daniel Leigh, mostrou que as reduções nos déficits nos últimos anos tiveram um impacto negativo muito maior sobre o crescimento econômico do que o previsto. Os efeitos foram mais agudos na Europa, onde os formuladores de políticas tentam reduzir os déficits por meio de fortes cortes orçamentários. As informações são da Dow Jones.

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