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Conta de luz abrirá espaço para desaceleração no IPC-S

13:49 | 09/07/2012
A expectativa de repasse da queda da tarifa de energia elétrica da AES Eletropaulo para o varejo deve abrandar a inflação apurada pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) no fechamento de julho. A avaliação foi feita nesta segunda-feira pelo economista André Braz, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em entrevista à Agência Estado, para comentar a alta de 0,19% na primeira quadrissemana do mês, ante 0,11% na leitura anterior.

A redução média em 2,26% nos valores das contas de luz cobradas pela AES Eletropaulo entrou em vigor no dia 4 para 6,3 milhões de unidades consumidoras na capital de São Paulo e em outras 23 cidades paulistas. De acordo com Braz, o recuo de cerca de 2,00% nos preços da conta ainda não teve impacto no grupo Habitação (variação de 0,06% no final de junho para alta de 0,13% na primeira quadrissemana de julho), mas deverá ter influência de baixa nas próximas medições. "São Paulo vai abrir espaço para a desaceleração do IPC-S. Portanto, Habitação é mais um grupo com tendência de recuo de preços ao longo de julho", disse.

O efeito máximo da queda nos preços da energia cobrada pela Eletropaulo, calculou, deverá ser sentido no fechamento de julho, e pode ser de 0,01 ponto porcentual. "O item tarifa de eletricidade tem contribuição de 3,26%. Significa que cada porcentual que a energia fica mais barata, o IPC-S tende a recuar 0,03 ponto. Mas é importante lembrar que a redução não acontece em outras capitais, mas só em São Paulo. Com isso, a contribuição deve ser de 0,01 ponto", calculou.

Fora do grupo Habitação, os itens de preços de Vestuário (de 0,06% para -0,06%), acredita Braz, ainda devem mostrar deflação nas próximas medições do IPC-S, influenciada pelas liquidações de inverno que ficarão "cada vez mais flagrantes na taxa que mede o comportamento do grupo".

A expectativa do economista é que o conjunto de despesa formado por Saúde e Cuidados Pessoais também não cause tanta preocupação no resultado final de julho do IPC-S. Isso porque, segundo ele, o impacto do reajuste do medicamentos, autorizado em maio, já fora totalmente computado. "Os preços não estão mais captando altas em função da mudança na tabela. O que eventualmente pode acontecer é algum aumento impulsionado pela força da concorrência", avaliou.

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