Aceleração na inflação medida pelo IPC-S é temporária
Os preços dos alimentos, que vêm sendo impulsionados pela inflação dos produtos in natura, voltaram a pressionar o índice cheio para cima, na avaliação de Braz. O grupo Alimentação saiu de uma elevação de 0,74% no fechamento do dado, em junho, para 0,84%, puxada pelo aumento "extraordinário" nos preços do tomate (de 15,52% para 17,71%) e da batata inglesa (de 16,68% para 14,99%).
Ao desconsiderar a alta dos dois produtos, o economista da FGV ressalta que a inflação em Alimentação cairia à metade, para algo em torno de 0,50%, já que a influência dos itens sobre o grupo é "grande". "A alta será temporária, pois são itens que só sofrem reajuste por força de variações na oferta do produto. O clima não está propício à oferta regular desses alimentos, mas não é uma tendência duradoura. A próxima medição do IPC-S já deve mostrar desaceleração dos preços (da Alimentação)", estimou. Vale lembrar que o grupo compromete em média 23,40% do orçamento familiar, de acordo com a FGV.
Embora o conjunto de preços de Educação, Leitura e Recreação tenha abandonado a deflação registrada na última medição de junho (-0,10%) e registrado alta de 0,23% na primeira quadrissemana de julho, o economista da FGV estima que o grupo pode voltar ao campo negativo ainda este mês. A explicação, segundo Braz, é que os aumentos registrados no item excursão e tour (de -1,36% para +0,72%) poderão não ser repetir.
"Em junho, véspera de férias escolares, os preços de passagens aéreas, hotelaria, cinema e shows sobem, aproveitando a maior demanda que acontece em julho. À medida que o mês já começou, não há mais espaço para novas altas. A tendência desses serviços de passeios de férias é de desaceleração", estimou.