Nuci indica arrefecimento no ritmo de encomendas
"O Nuci reflete menos pressões inflacionárias. E o dado da Anfavea de hoje ratifica que a indústria ainda reduzia estoques entre dezembro e janeiro, e o ritmo da produção dessazonalizada de automóveis teria recuado em janeiro na comparação com dezembro de 2011", avaliou, referindo-se à queda na produção de veículos, divulgada pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores. Segundo a entidade, a produção automobilística no mercado interno atingiu 211,8 mil unidades, um recuo de 19,2% ante dezembro e uma baixa de 11,4% em relação a janeiro de 2011.
Para o economista, a queda nas horas trabalhadas na indústria (-1,20% em dezembro ante novembro) é um sinal negativo e reflete a dificuldade estatística de o País gerar um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) superior a 3,50% em 2012. "Em parte, isso é um ajuste da desaceleração no ritmo de encomendas que ocorreu em 2011", disse.
Velho acredita que 2012 será um ano um pouco melhor para o setor industrial, influenciado pela taxa de juros mais baixa e pela expectativa de retomada na renda global. "Sem câmbio competitivo, a indústria tem que torcer para um aumento da demanda mundial", afirmou. Ele acrescentou que, ainda assim, o setor não espera melhoras em termos de câmbio e isenções fiscais relevantes concedidas pelo governo. "Não podemos esquecer que a margem de manobra do governo em 2012 para conceder incentivos fiscais, teoricamente, é mais reduzida", completou.