Turista compra todos os doces de ambulante após confusão com a Guarda em Guaramiranga

Vídeo viralizou nas redes e expôs tensão entre vendedores e agentes durante ação de ordenamento na Praça Raquel de Queiroz.

18:15 | Dez. 06, 2025

Por: Carlos Daniel
Ao todo, o turista comprou 21 doces (foto: Reprodução / redes sociais)

Em meio à confusão envolvendo vendedores ambulantes e a Guarda Municipal de Guaramiranga, ocorrida na noite de ontem, 5, um gesto de solidariedade chamou atenção nas redes sociais. 

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Um vídeo que já ultrapassa 279 mil visualizações mostra um turista comprando todos os doces de um dos vendedores expulsos da Praça Raquel de Queiroz. Ao todo, foram 21 unidades por R$ 200. Segundo o trabalhador, o dinheiro das vendas seria usado para sustentar a filha de dois anos. Confira:

 

Nos comentários, internautas criticaram a ação dos agentes de segurança. “A cidade toda enfeitada, mas o espírito natalino passou longe. Deus me livre", comentou uma pessoa.

“O que fizeram com os cidadãos foi ridículo. Vergonha total. Trataram como se estivessem vendendo algo ilícito. Desumano demais”, disparou outra.

“Já comprei os doces dele e o pão artesanal. Profissional super educado, que é a cara de Guaramiranga. Lamentável ver o que era para ser mágico virar trágico. Antes de uma ação tão rígida, a Prefeitura deveria olhar para outros pontos cruciais”, falou mais um.

Confusão entre a Guarda Municipal e ambulantes

A noite desta sexta-feira, 6, na Praça Raquel de Queiroz, foi marcada por confronto entre a Guarda Municipal e ambulantes, que tentaram impedir que suas mercadorias fossem apreendidas. Um dos vendedores chegou a ser atingido com spray de pimenta no rosto.

Em nota, a Prefeitura de Guaramiranga lamentou o ocorrido e afirmou que o propósito da Guarda Municipal é “proteger a população, organizar os espaços públicos e garantir o cumprimento das normas”. A gestão também declarou que o ambulante atingido com spray teria desacatado e agredido um agente.

A administração destacou ainda que o comércio ambulante “só pode ser exercido mediante licença especial” e que a falta dessa autorização implica apreensão de mercadorias, aplicação de sanções e proibição do exercício da atividade fora dos locais permitidos, especialmente quando houver risco de obstrução do trânsito.

Confira a nota na íntegra

"A Prefeitura de Guaramiranga lamenta profundamente que, na noite de ontem, 05 de dezembro, durante uma ação de ordenamento realizada pela Guarda Municipal, um ambulante que atuava de forma irregular em espaço público tenha desacatado e agredido um agente em serviço.

A gestão municipal reforça que a atuação da Guarda tem como propósito proteger a população, organizar os espaços públicos e garantir o cumprimento das normas, e reitera sua solidariedade ao agente envolvido, reafirmando o compromisso com a ordem, o respeito e a segurança de todos.

A Prefeitura de Guaramiranga, por meio da Administração e do Setor de Tributos, informa que a proibição da permanência de vendedores ambulantes sem autorização baseia-se na Lei Municipal nº 105/2005, especialmente nos artigos 243, 244 e 245. Conforme essa legislação, o comércio ambulante só pode ser exercido mediante licença especial, contendo dados obrigatórios do comerciante. A falta dessa licença implica apreensão de mercadorias, aplicação de sanções e vedação ao exercício da atividade fora dos locais permitidos, sobretudo quando houver risco de obstrução do trânsito.

Houve a publicação de edital específico para o cadastramento de ambulantes, com prazo e condições para regularização, porém muitos interessados não procuraram a Prefeitura no período indicado.

Os vendedores que insistiram em atuar sem licença o fizeram em desacordo com a lei, assumindo o risco das medidas administrativas. A fiscalização municipal cumpre a legislação vigente e busca manter a ordem nos espaços públicos, protegendo comerciantes regularizados e a coletividade.

Esse controle também visa garantir segurança, organização e bem-estar de moradores, turistas e visitantes, prevenindo aglomerações desordenadas, produtos irregulares e riscos à saúde. A regulamentação permite identificar responsáveis, exigir condições mínimas de higiene e assegurar o uso adequado dos espaços públicos em benefício do interesse coletivo."