Delegado de Aurora que foi preso após agredir uma mulher é solto

Soltura aconteceu após o Ministério Público do Estado (MPCE) ter se manifestado "favorável à revogação da prisão preventiva" do servidor

22:52 | Abr. 02, 2024

Delegado Paulo Hernesto Pereira Tavares foi filmado dando tapa em uma mulher após acidente de trânsito em Aurora, no último dia 11 de novembro (foto: Reprodução/redes sociais)

Paulo Hernesto Pereira Tavares, delegado do município de Aurora, distante 464 km de Fortaleza, teve a prisão revogada e foi solto nesta terça-feira, 2. Agente da Polícia Civil estava detido desde novembro de 2023, quando foi flagrado desferindo um tapa contra uma mulher após um acidente de trânsito.

De acordo com informações concedidas pelo Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), a soltura aconteceu após o Ministério Público do Estado (MPCE) ter se manifestado "favorável à revogação da prisão preventiva" do servidor e, em seguida, a defesa do réu ter pleiteado a anulação da medida cautelar. Pedidos foram acolhidos pelo Juízo da Vara Única Criminal da Comarca de Aurora.

Decisão judicial foi desferida na segunda-feira, 1°, e destaca "que os motivos que outrora legitimaram a prisão não mais subsistem na presente quadra temporal, ante a conclusão da instrução criminal do processo". Já o alvará de soltura foi cumprido nesta terça. Processo segue em andamento na Justiça estadual.

Caso aconteceu na cidade onde o servidor atua e foi gravado por terceiros. Nas imagens, o delegado aparece discutindo com transeuntes enquanto um carro está sobre uma calçada danificada.

Visivelmente transtornado, o delegado se aproxima de uma mulher que estava no local e dá um tapa no seu rosto. Agente ainda urinou em uma viatura da Polícia Civil.  

Paulo Hernesto foi afastado das funções e preso no dia 12 de novembro. Ele chegou a ser solto após pagar fiança, sendo autuado apenas por crime de trânsito, mas voltou a ter a prisão preventiva decretada no dia 24 do mesmo mês, após o MPCE apontar que o delegado estava descumprindo medidas cautelares, manipulando declarações e depoimentos de testemunhas, o que atrapalhava as investigações.

Órgão ministerial acusou ainda pelo menos mais duas testemunhas que teriam mentido em seus depoimentos. Ainda segundo TJCE, audiências de instrução que levaram a soltura do delegado duraram três dias e contaram com a intimação de mais de 50 testemunhas, oitivas das vítimas e interrogatório de três acusados. O processo aguarda manifestação das partes para ser sentenciado.