Policial penal é suspenso por 90 dias por ameaçar namorada e efetuar disparo

Caso ocorreu em maio de 2019 em Assaré. Outras quatro investigações contra agentes de segurança por casos de violência doméstica foram abertas pela CGD nesta semana

20:42 | Dez. 22, 2022

Suspeito teria cometido o crime na unidade da Polícia Civil (foto: Fabio Lima)

Um policial penal foi suspenso por 90 dias após um caso em que ele teria efetuado um disparo de arma de fogo e ameaçado a namorada. A decisão foi tomada pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) e foi publicada na quarta-feira, 21, no Diário Oficial do Estado (DOE).

O caso aconteceu em maio de 2019 em Assaré, a 470 km de Fortaleza, na região do Cariri. O policial penal foi preso em flagrante após, conforme depoimento da vítima, ligar para ela dizendo que “se ela não o quisesse mais, ele a mataria e depois cometeria suicídio”.

Em seguida, o policial teria dirigido até a casa dela e tentado forçar a entrada no domicílio. "Consta ainda que o servidor, ao não localizar a vítima em sua residência, dirigiu-se à casa da genitora da namorada e efetuou um disparo de arma de fogo", afirma a portaria que decidiu pela punição.

Em depoimento na Polícia Civil, o policial confessou ter ingerido bebida alcoólica e ter efetuado disparo de arma de fogo com a pistola acima descrita, além de ter assumido a possibilidade de ter ameaçado a vítima.

Entretanto, na defesa apresentada à CGD, ele negou que tenha feito ameaças ou disparo de arma de fogo e que “tudo não passou de um desentendimento conjugal”. A defesa ainda trouxe argumentos como o fato da vítima ter se retratado e não ter havido perícia no local para constatar o disparo.

A comissão sindicante, entretanto, não levou em consideração a defesa trazida pelo policial. “Nesse diapasão, as provas colhidas nos autos não deixam dúvida que as condutas transgressivas praticadas pelo defendente ocorreram no contexto de violência doméstica, tanto que justificaram a concessão de medidas protetivas deferidas pelo Poder Judiciário, conforme relatado pela própria vítima em seu depoimento”.

O POVO opta por não divulgar o nome do policial punido para não permitir a identificação da vítima.

Quatro agentes de segurança investigados por violência contra mulher

Na última segunda-feira, 19, outras portarias haviam sido publicadas pela CGD no DOE sobre casos de violência doméstica que teriam sido praticados por agentes de segurança. Um delegado da Polícia Civil é investigado por manter a companheira em cárcere privado, “bem como ofendeu a integridade física desta e ameaçou causar-lhe mal injusto e grave”. O caso ocorreu em Crato (Cariri Cearense).

Os outros agentes são militares. Um cabo do Corpo de Bombeiros teria insultado e agredido fisicamente com socos e empurrões a ex-companheira em Caucaia (Região Metropolitana de Fortaleza). Outro cabo, da Polícia Militar, é investigado por haver agredido e ameaçado sua esposa, em Aquiraz (Região Metropolitana de Fortaleza).

E um capitão da PM, também em Caucaia, responde a conselho de justificação, por supostamente ter ofendido verbal e fisicamente a sua companheira e duas enteadas. O oficial também teria tentado abusar sexualmente de uma terceira enteada.