Mulheres são maioria na arquitetura cearense, segundo pesquisa do CAU-BR

Mulheres são 64,7% dos profissionais de arquitetura registrados no Ceará, no entanto, as dificuldades de destaque no mercado de trabalho ainda persistem

09:29 | Ago. 01, 2022

De acordo com o levantamento do CAU-BR, apesar de serem maioria na profissão, as mulheres arquitetas ainda são minoria nos canteiros de obras e em liderança de equipes de projetos maiores (foto: Reprodução/ Pexels)

Mulheres representam 64,7% dos profissionais de arquitetura registrados no Ceará. No Brasil, dos mais de 212 mil arquitetos e urbanistas registrados no país, mais de 60% são do sexo feminino. Os dados são de pesquisa realizada pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU-BR).

No entanto, apesar de serem maioria, e do Dia Nacional da Mulher Arquiteta ser celebrado no último dia 31 de julho, elas ainda enfrentam dificuldades e barreiras históricas e culturais para se destacarem no mercado de trabalho.

"Mais do que uma data comemorativa, o dia 31 de julho é um momento importante para falarmos sobre o protagonismo feminino, igualdade de gênero e a importância das profissionais na sociedade", afirma Lucas Rozzoline, presidente do CAU-CE.

Para Denise Sá, arquiteta e urbanista e conselheira do CAU-CE, a arquitetura de cidades e de edifícios, é proposta, historicamente, sob a ótica masculina. Por isso, segundo ela, há necessidade de maior espaço para o trabalho de mulheres arquitetas.

Dificuldades no mercado de trabalho para mulheres arquitetas

As mulheres nem sempre encontram as mesmas condições de acesso, exercício, permanência e ascensão em suas carreiras. De acordo com o levantamento do CAU-BR, as arquitetas ainda são minoria nos canteiros de obras e como liderança de equipes em projetos maiores relacionados a concursos nacionais e internacionais.

A pesquisa aponta que nas premiações, apenas 17% dos prêmios nacionais de projeto foram concedidos a equipes lideradas por mulheres, assim como apenas 17% dos membros do conselho diretor federal são mulheres; no conselho estadual, elas são 24%.

Segundo o 1º Diagnóstico de Gênero na Arquitetura e Urbanismo realizado pelo CAU-BR, de julho de 2019 a fevereiro de 2020, as principais dificuldades encontradas pelas mulheres arquitetas e urbanistas são:

  • Discriminação de gênero, associados ao assédio moral e sexual;
  • Grande discrepância salarial entre o homem branco e a mulher negra, tendo o primeiro um ganho 13 vezes maior;
  • Dificuldade de conciliar a maternidade com a profissão.