Ceará: estudantes e professores protestam contra cortes na educação

Manifestações foram registradas nesta quinta-feira, 9, na Capital e em mais quatro cidades cearenses no Interior do Estado

23:18 | Jun. 09, 2022

Em Fortaleza, manifestação teve como ponto de concentração a Praça da Gentilândia (foto: Nah Jereissati/ADUFC-Sindicato/Divulgação)

Estudantes e professores de Fortaleza e mais quatro cidades cearenses protestaram nesta quinta-feira, 9, contra o corte no orçamento das instituições federais de ensino superior anunciado pelo Governo Federal. Os atos foram organizados por sindicatos de docentes e movimentos estudantis. Além da Capital, foram realizadas manifestações em Juazeiro do Norte, Quixadá, Redenção e Sobral.

Em Fortaleza, o protesto teve como ponto de concentração a Praça da Gentilândia, no bairro Benfica. Puxados por um trio elétrico, os manifestantes saíram em caminhada pela Avenida da Universidade segurando faixas e cartazes. No trajeto, eles gritaram palavras de ordem como "luto pela educação" e criticaram o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em Juazeiro do Norte a manifestação ocorreu em frente à sede da Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (Crede-19) (Centro) e em Quixadá, na Faculdade de Educação, Ciências e Letras do Sertão Central (Feclesc/UECE). No município de Redenção, estudantes e docentes se reuniram no campus Liberdade da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). Já em Sobral, o protesto foi realizado na Universidade Estadual Vale do Acaraú (Uva), no campus Betânia.

As mobilizações questionam o corte orçamentário de R$ 1,6 bilhão anunciado pelo Ministério da Educação (Mec) no começo deste mês. Em maio, a pasta havia confirmado uma redução de R$ 3,2 bilhões, valor foi reduzido pela metade após forte pressão da comunidade acadêmica em todos os estados do Brasil. 

De acordo com o presidente do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (Adufc), Bruno Rocha, o contingenciamento de recursos afeta diretamente o funcionamento de serviços básicos nas instituições de ensino. "Até mesmo a manutenção das salas de aula e dos laboratórios de pesquisa é prejudicada", afirma. A limitação orçamentária, acrescenta Rocha, também impede a expansão das atividades de pesquisa e extensão, consideradas pilares do ensino superior público federal.

"O nosso maior objetivo é que esse corte seja revertido o quanto antes", diz o dirigente sindical. A agenda de manifestações continua ao longo deste mês. Na próxima terça-feira, 14, está programado um ato nacional, em Brasília, Distrito Federal, com a participação de estudantes e professores de todos os Estados do País. Segundo Bruno Rocha, ao menos três caravanas devem partir do Ceará rumo à Capital Federal para se juntarem à manifestação. 

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