Policiais acusados de organização criminosa serão afastados da função e usarão tornozeleira eletrônica

A Justiça atendeu às medidas solicitadas pelo Ministério Público do Ceará

12:00 | Set. 27, 2021

Coletiva de imprensa para apresentar investigação de policiais civis do Ceará acusados de organização criminosa (foto: Yago Albuquerque)

A Justiça atendeu parte das medidas cautelares solicitadas pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) após denúncia contra organização criminosa formada por delegadas, inspetores, um ex-inspetor e um escrivão da Polícia Civil do Ceará. Todos os acusados deverão, conforme decisão, ser afastados de suas funções públicas, ter sigilos quebrados, passar por busca e apreensão em suas casas e locais de trabalho, além de usarem tornozeleira eletrônica. As tornozeleiras começam a ser colocadas ainda na manhã desta segunda-feira, 27.

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Ao todo, são 32 acusados de integrar a organização criminosa, composta por 22 inspetores da Polícia Civil do Ceará, um escrivão, duas delegadas e um ex-inspetor também da PCCE e outros seis civis (informantes e traficantes).

O Ministério Público informou que o vazamento de informações atrapalhou a investigação do caso. Circulava por grupo de WhatsApp o arquivo da Denúncia Criminal realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco). O argumento é que se as informações não tivessem circulado com antecedência, as entidades responsáveis poderiam obter mais provas nas buscas e apreensões.

Os responsáveis por assinar a denúncia contra o grupo investigado são o procurador-geral de Justiça, Manuel Pinheiro e seis membros do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas. O MPCE pediu a prisão de todos os envolvidos, mas a Justiça negou.

Em um das abordagens, citadas pelo MPCE, um homem é torturado no interior de um veículo para que desse informações acerca da localização de entorpecentes. A ação teria sido realizada na presença de uma criança. A operação teve sua investigação iniciada em julho de 2019, a partir de análises de telefones celulares pertencentes aos investigados.


*Com informações de Angélica Feitosa