Aumentam de dois para nove os casos de "doença da urina preta" no Ceará

Segundo a Secretaria da Saúde, as amostras de peixes contaminados com a toxina que causa a doença estão sendo avaliadas

12:14 | Set. 10, 2021

Conhecida como "doença da urina preta", síndrome de Haff é causada por uma toxina em alguns tipos de peixes e crustáceos; enfermidade não tem relação com larvas (foto: Reprodução/Pexels)

A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) informou que os casos da doença de Haff, mais conhecida como “doença da urina preta”, aumentaram de dois para nove no Estado. No início do mês de agosto, a Sesa investigava os dois casos suspeitos após notificação feita depois de pacientes serem internados em decorrência do consumo do peixe da espécie arabaiana.

Em nota, o órgão relata que as amostras dos peixes contaminados foram enviadas para a pesquisa de toxina, e que aguarda confirmação laboratorial. Em 2021, até 21 de agosto, dos nove casos notificados, quatro foram homens e cinco mulheres, com a idade média de 51 anos.

Os sinais e sintomas 


- Dor muscular de início súbito na região cervical (pescoço, trapézio, dorso) presente em 4 pacientes (44,44%);
- Dor muscular em membros inferiores e superiores presente em todos os casos (100%);
- Urina escura (vermelha a marrom) também em todos os casos (100%);
- Dores nas articulações em quatro pessoas (44,44%);

- Febre em apenas um (11,11%).

A doença

 

A “doença da urina preta” é causada pela ingestão de uma toxina encontrada em algumas espécies de peixe e crustáceos, como o tambaqui, o badejo, a arabaiana, a lagosta e o camarão.

Geralmente a toxina é encontrada em peixes que não foram armazenados de forma correta. Mesmo com o cozimento, a toxina provoca a destruição das fibras musculares esqueléticas e libera elementos de dentro dessas fibras na corrente sanguínea. Isso justifica os sintomas, que incluem dores musculares e nas articulações.