Junto aos policiais amotinados no 18º BPM, deputado Noelio diz que ataque a Cid Gomes foi legítima defesa

Em entrevista ao O POVO, o deputado afirma que a ação do ex-governador foi irresponsável e que colocou a autoridade de Camilo Santana em cheque

08:21 | Fev. 20, 2020

Soldado Noelio, deputado. Protesto de policiais e bombeiros na Assembleia Legislativa (foto: FÁBIO LIMA/O POVO)

Liderança da paralisação dos policiais militares afirmou que os tiros que atingiram o senador Cid Gomes (PDT) nessa quarta-feira, 19, configuram legítima defesa dos policiais e familiares amotinados. Em entrevista ao O POVO no 18º Batalhão de PM, na manhã desta quinta, 20, o deputado estadual Soldado Noelio (PROS) considera “absurda” e “irresponsável” a medida de Cid: “Qualquer pessoa mediana sabe que aquela medida que ele tomou causaria algum tipo de reprimenda, de questionamento por parte de quem estava lá”.

O deputado federal e pré-candidato a prefeito de Fortaleza, Capitão Wagner (Pros), também afirmou que os tiros que acertaram Cid Gomes foram "uma legítima defesa". Ele tentou um encontro com o governador Camilo Santana (PT) ainda na quarta-feira, mas não conseguiu ser recebido no Palácio da Abolição.  

De acordo com o deputado, o momento de tensão e reivindicação da categoria, “que a legislação brasileira proíbe de reclamar”, estava propício para respostas violentas. Soldado Noelio ainda afirma que o ex-governador “poderia ter matado alguém” durante o avanço da retroescavadora. "As imagens falam por si só. Tinha centenas de pessoas filmando lá, a população teve acesso às imagens do que aconteceu e viu a medida louca de um cara que parece que não tem juízo." 

“Eu queria que ele não tivesse ido. Lamento pelo ocorrido, ninguém comemora um momento como esse, mas acho que foi uma decisão extremamente irresponsável [de Cid Gomes]”, completa soldado Noelio, afirmando que nem Cid, nem Ciro Gomes têm equilíbrio emocional para lidar com a situação.

O deputado ainda critica a atitude do senador por colocar “em cheque” a autoridade do governador Camilo Santana (PT). “Quem tem a responsabilidade de resolver isso é o governador. Então, ele desestabiliza o próprio governo com essa ação.”

Além disso, o deputado considera a ação de Cid como “impensada” e motivadora da repercussão mundial do motim dos policiais militares brasileiros.

 

Com informações de Rubens Rodrigues