Global Citizen Festival reúne Anitta, tecnomelody, Chris Martin e propósitos

Pela primeira vez no Brasil, Global Citizen Festival Amazônia transformou a capital paraense em um verdadeiro palco mundial da música e da luta ambiental. E ainda uniu o Pará e o Rio de Janeiro em feat da Viviane Batidão com Anitta

18:26 | Nov. 02, 2025

Por: Carol Kossling
Global Citizen Festival Amazônia transformou a capital paraense em um verdadeiro palco mundial da música e da luta ambiental (foto: Alexandre Schneider/Global Citizen Festival)

“Só Pra Tu”, parceria entre as artistas brasileiras, Viviane Batidão, do Pará, e a carioca Anitta, levantou as quase 50 mil pessoas que foram ao Estádio Mangueirão, em Belém, no Pará, para conferir pela primeira vez no país, o Global Citizen Festival, que por aqui ganhou o sobrenome Amazônia.

Esse feat inédito, que mistura o funk carioca de Anitta com o tecnomelody e a batida amazônica de Viviane, simboliza a força da música brasileira contemporânea e o poder de integrar ritmos regionais à cena pop global. A apresentação gerou explosão, tornando-se um dos momentos mais comentados da noite e colocando a Amazônia no centro do mapa musical.

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Anitta, uma das atrações mais aguardadas, ao lado de Chris Martin, encerrou o festival com um medley eletrizante de sucessos, incluindo “Show das Poderosas”, “Vai Malandra”, “Envolver” e “São Paulo”, provando mais uma vez sua habilidade de comandar grandes palcos e unir diferentes públicos. Antes, já tinha subido ao palco para entoar “Viva La Vida”, ao lado do ativista e cantor do Coldplay, Chris Martin.

O festival conseguiu de forma empolgante celebrar artistas locais, nacionais e internacionais, consolidando Belém como ponto de convergência cultural e musical. Além do show, o grande  propósito foi a realização da campanha “Protect the Amazon”, que mobilizou US$ 1 bilhão em compromissos para proteger 31 milhões de hectares da floresta tropical e impactar 18 milhões de vidas. Missão alcançada. 

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Outro ponto alto da noite foi, sem dúvida, a performance de Chris que alternou teclado e guitarra em “A Sky Full of Stars”, “Yellow” e “Paradise”. Suas tentativas de falar português com o público e a interação com artistas brasileiros tornou a apresentação memorável. Além de Anitta, cantou com Seu Jorge, que levantou a plateia com “Mina do Condomínio” e “Felicidade”.

A abertura do espetáculo destacou vozes indígenas e amazônicas, como Kaê Guajajara, Arraial do Pavulagem e Eric Terena, que combinaram cantos tradicionais com batidas eletrônicas, lembrando que a cultura da Amazônia é viva e pulsante. Na sequência, Gaby Amarantos muito aplaudida, subiu ao palco com seus sucessos “Foguinho”, “Te Amo Fudido” e “Short Beira Cu”, trazendo o tecnobrega e a força da periferia de Belém para um público global.

Em comemoração a sua última turnê, Gilberto Gil entrou em cena e uniu o estádio em coro com clássicos como “Tempo Rei”, “Andar com Fé”, “Palco” e “Toda Menina Baiana”, lembrando que música e ativismo caminham lado a lado.

Entre a plateia, Dona Onete, a lendária “Diva do Carimbó Chamegado”, observava emocionada. Com mais de 60 anos de trajetória, ela, que começou a se apresentar artisticamente após os 60 anos de idade, é referência da música paraense e do carimbó, estilo tradicional que ela reinventou com sofisticação e modernidade, mostrando que a cultura amazônica é viva e inspiradora. Sua presença no festival reforçou o diálogo entre tradição e inovação musical.

(*) Especial para O POVO, direto de Belém