Goiás: Dentista é investigada por causar deformidades em pacientes após rinoplastias
Segundo a polícia, materiais irregulares foram encontrados em clínica de dentista suspeita de realizar rinoplastia sem qualificação em Goiás; oito vítimas foram identificadas até o momento
16:20 | Fev. 16, 2025
A Polícia Civil de Goiás (PCGO) cumpriu mandado de busca e apreensão contra a dentista Miriã Mariana Coelho da Costa, na última sexta-feira, 14, investigada por lesão corporal grave e exercício ilegal da medicina, em Goiânia (GO). Ela é acusada, conforme as autoridades, de ter realizado procedimentos que causaram “deformidades permanentes” em alguns pacientes.
O mandado foi cumprido pela polícia na clínica estética da dentista, localizada no Jardim América, em Goiânia. A profissional “teria realizado procedimentos de rinoplastia em diversos clientes, sem possuir a qualificação necessária ou autorização para tal, causando lesões irreparáveis e, em alguns casos, deformidades permanentes”, divulgou a PCGO.
Ainda conforme a polícia, os serviços da investigada eram oferecidos nas redes sociais por valores “significativamente abaixo dos praticados no mercado e realizados de forma precária, sem acompanhamento pós-operatório adequado”.
As investigações contra a odontóloga iniciaram após denúncias de pacientes que foram atendidos por ela. Com 6 mil seguidores na rede social Instagram, Mairã diz ser “referência em rinomodelação em Goiás”.
Ao portal G1 de Goiás, a delegada responsável pelo caso, Myrian Vidal, disse que a dentista “usava o nome rino estruturada para encobrir o verdadeiro nome do procedimento que fazia, a rinoplastia”. Ela realizava, sem qualificação, cortes nos narizes dos pacientes, o que poderia ser realizado apenas por médicos. Até esse sábado, 15, oito vítimas se apresentaram.
Nas redes sociais, os anúncios eram divulgados pelo esposo da suspeita, Pedro Henrique Alves Teixeira. Os nomes dos investigados foram divulgados para que novas vítimas possam denunciar. A ação da PCGO contou com a presença de peritos criminais, além de funcionários da Vigilância Sanitária.
Entre as irregularidades, foram encontrados:
- instrumentos e medicamentos irregulares;
- medicamentos que deveriam ser descartados, mas estavam guardados para reutilização;
- não esterilização adequada dos instrumentos utilizados;
- condições insalubres.
Apreensões
Na ação, foram apreendidos materiais e documentos que podem contribuir para a apuração das acusações e responsabilização dos investigados. A PCGO informa que as investigações estão em andamento para identificar outras vítimas e entender todas as circunstâncias dos supostos crimes.